Hoje o Ubuntu Notícias compartilha a trajetória educacional da doudoranda Susana Terto | SANTANA DO CARIRI-CE

Jornalista Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 21 de março de 2025

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Susana Dainara Terto de Oliveira, 30 anos, é graduada, mestra e doutoranda em Geografia. Natural do município de Santana do Cariri-CE se descreve como uma mulher preta, de olhos pretos, cabelos crespos pretos. Atualmente exerce à docência numa escola estadual de ensino médio da rede estadual de ensino.

“Os caminhos trilhados na minha formação escolar e acadêmica foram e continuam sendo no ensino público. Concluí o ensino básico nas escolas EMEIEF Escritora Rachel de Queiroz e EEMTI Adrião do Vale Nuvens, em Santana do Cariri-CE”, ressalta Susana.  

Criada no município de Santana do Cariri, no estado do Ceará, tem dois irmãos e é filha de uma mulher negra, que se chama Gecilê Paz de Oliveira, 53 anos, agricultora e empregada doméstica. Seu pai José Rodrigues Terto (In memoriam), morreu aos seus 54 anos, homem negro e agricultor. Sua mãe concluiu o ensino médio em escola pública e sempre teve o sonho de ver seus filhos formados em um ensino superior. “Sempre batalhou para que isso acontecesse, e cá estou eu”, ressalta.

Susana é graduada em licenciatura de Geografia, pela Universidade Regional do Cariri- URCA, em Crato, no Ceará; mestra em Geografia, pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, em Recife, no Pernambuco; e doutoranda em Geografia, pela Universidade Federal de Goiás- UFG, em Goiânia, no Goiás.

“Me formei em licenciatura no ano de 2021, e logo após, ingressei no mestrado, em 2022. Concluí o mestrado no início de 2024, e no mesmo ano ingressei no doutorado. Desde a graduação tenho me dedicado a questões de gênero e raça dentro da geografia no meu trabalho de pesquisa, mais especificamente com mulheres negras”, destaca.

Ela ainda ressalta que apesar de ter enfrentado um grande dilema na trajetória acadêmica, hoje consegue se enxergar com convicção dentro da geografia. “Vejo o doutorado como uma oportunidade não só de me mostrar para o mundo e dizer: ‘Olha eu aqui, eu sou capaz, sim’, mas também como uma ponte para que outras mulheres se enxerguem no mesmo lugar e além”, disse Susana.

“Sempre busquei na educação uma forma de ressignificar os sentidos da minha vida, tanto pessoal como profissional, e, além disso, dar vida para aqueles que me incentivaram durante toda essa trajetória, que é minha família. Minha base de formação está moldada em escritas e trabalhos de autores/as negros/as, a fim de sentir que essa desconstrução do sistema educacional colonial seja real e potente dentro da nossa realidade”, conclui Susana.