Jornalista
Lucélia Muniz
Ubuntu
Notícias, 05 de março de 2025
@luceliamuniz_09 @ubuntunoticias
Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, se ainda estivesse entre nós, estaria completando 116 anos de idade. O poeta nasceu no município de Assaré-CE aos 05 de março de 1909, falecendo em 08 de julho de 2002.
Patativa traduziu o nosso Nordeste em verso e nas estrofes de suas poesias fez ecoar a voz do nordestino Brasil afora. Nas suas rimas denunciou problemas como a seca, mostrando que para além das questões climáticas, estava a falta de assistência política. Mostrou o orgulho da nossa gente em nunca esmorecer, permanecendo a lutar pela sobrevivência diante das injustiças sociais.
“Eu
sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.”
Falou da fome, denunciou as tantas situações enfrentadas pelos
nordestinos, e falou da saudade:
“Há
dor que mata a pessoa
Sem
dó nem piedade.
Porém,
não há dor que doa
Como a dor de uma saudade”.
Descreveu as belezas da nossa cultura tão estigmatizada pelo
preconceito.
“Pruquê,
meu torrão amado,
Munto
te prezo, te quero
E
vejo qui os teus mistéro
Ninguém
sabe decifrá.
A
tua beleza é tanta,
Qui
o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.”
E quando se tratava de nos defender e falar sobre os nossos
direitos, o fez como ninguém.
“A
terra é um bem comum
Que
pertence a cada um.
Com
o seu poder além,
Deus
fez a grande Natura
Mas
não passou escritura
Da terra para ninguém.”
Que o Nordeste possa prosperar, pela sua Cultura, pelos que já se foram (In Memoriam), mas deixam uma voz a ecoar e inspirar gerações. Ler Patativa do Assaré
é respirar Cultura e se inebriar da sabedoria de um poeta popular.
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