15/01/2025

Crianças, fome e corrupção: um desafio global a ser enfrentado com humanidade Por Dinalva Carabajal

Jornalista Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 15 de janeiro de 2025

@luceliamuniz_09     @ubuntunoticias

A fome é uma das mais cruéis faces das desigualdades globais. Segundo o relatório State of Food Security and Nutrition in the World 2023 da ONU, mais de 735 milhões de pessoas enfrentam fome, sendo as crianças as mais vulneráveis. Entre elas, estima-se que 45 milhões sofram de desnutrição severa, colocando em risco suas vidas e comprometendo seu desenvolvimento físico e cognitivo. Esses números não são apenas estatísticas; são vidas.

Por trás da fome, há sistemas corrompidos. Governos negligenciam políticas públicas, desviam recursos e priorizam interesses privados em detrimento das necessidades básicas da população. Em muitos países, bilhões de dólares destinados a programas sociais desaparecem em esquemas de corrupção, agravando a pobreza.

O Banco Mundial estima que anualmente cerca de 1 trilhão de dólares seja perdido devido à corrupção em todo o mundo, recursos que poderiam transformar a realidade de milhões. Somente na África Subsaariana, onde a fome é mais severa, os desvios em contratos públicos ultrapassam 25 bilhões de dólares por ano.

A corrupção também alimenta conflitos. A indústria bélica, com faturamento global de mais de 2 trilhões de dólares, lucra em zonas de guerra, onde as maiores vítimas são crianças. Estima-se que, em zonas de conflito, uma em cada cinco crianças sofra de fome aguda, com perspectivas de vida drasticamente reduzidas.

Além disso, os efeitos da fome transcendem o presente. Crianças desnutridas têm menor desempenho escolar e maiores chances de abandonar os estudos, perpetuando ciclos de pobreza. A Organização Internacional do Trabalho alerta que milhões de crianças são forçadas ao trabalho infantil como alternativa para combater a fome em suas famílias.

O combate à fome exige mais do que discursos; é preciso ação. Governos precisam priorizar políticas de segurança alimentar e transparência na gestão pública. A sociedade civil deve pressionar por mudanças e apoiar iniciativas que promovam acesso a alimentos.

A ALB Humanitária defende que cada criança deve ter garantido seu direito à vida, à saúde e à educação. Um dos principais pilares de nossa missão é construir pontes entre a sociedade, organizações humanitárias e governamentais, criando soluções sustentáveis e inclusivas.

É urgente que o mundo reconheça que a fome e a corrupção são problemas de todos. O compromisso ético e a solidariedade humana são fundamentais para virar essa página sombria da nossa história. Para cada criança salva, para cada prato de comida garantido, estaremos mais próximos de um mundo justo. Que nossas ações de hoje determinem um futuro onde crianças, em qualquer lugar do planeta, não precisem escolher entre viver e sobreviver. 

Dinalva Carabajal

Bacharel em Teologia (Faceten); Jornalista e empresária; Juíza Arbitral (8ª Câmara Arbitral/RJ); Comendadora e Doutora h/c em Direitos Humanos (OMMDH); Embaixadora Cultural para o Brasil (Divine Académie Française des Arts Lettree et Culture); Diretora Global (ALB/Humanitária).

*ALB-Academia de Letras do Brasil

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