13/10/2024

Cordel A MORTE DO CAPOTE Por Rafael Braga | ARARIPE-CE

Jornalista Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 13 de outubro de 2024

@luceliamuniz_09     @ubuntunoticias    @poetabraga

A poesia A MORTE DO CAPOTE em cordel é baseada em uma situação real inusitada, do cotidiano do autor, Professor Rafael Reinaldo de Oliveira (Poeta Braga).

A MORTE DO CAPOTE

A história que vou contar

 É no mínimo engraçada

 Por se passar na escola

 E ser tão inusitada

 Isso foi que me contaram

 Viram e não acreditaram

 No tamanho da enrascada

 

 Vivo na educação

 A mais de 14 anos

 Vi aluno pular muro

 Tá na aula só brincando

 Emendar outro no tapa

 Vi merenda ser garapa

 Mas capote se lascando?

 

 Isso sim me surpreendeu

 Minha gente é demais

 Parece até mentira

 Do que menino é capaz

 Não duvido e tenho medo

 Faz raiva e não é segredo

 Do terror é capataz

 

 Eram solto na escola

 Uns capotes do vizinho

 De longe nós avistava

 Lá no fundo, no campinho

 Mas estava à espreita

 Como a arte do capeta

 O assassino dos bichinhos

 

 Àquela capotaiada

 Certo dia se calou

 Começaram a perguntar

 Se ninguém observou

 Como minino é o cão

 Ele num aguentou não

 Decidiu e nos contou

 

 Juca disse em detalhes

 Como os capotes matou

 Disse onde os escondeu

 E ninguém desconfiou

 E contava achando graça

 Para aumentar a desgraça

 As cenas ele narrou

 

 Disse ele com uma pedra

 Tirar a vida da ave

 Esconder atrás da quadra

 Até que o intervalo acabe

 Para encobrir a faceta

 Ele pegou a jaqueta

 Dizendo aqui ele cabe

 

 Pois o diabo do menino

 Trouxe o capote defunto

 Enrolado na jaqueta

 Embrulhado e bem junto

 Escondeu em seu armário

 Nem o vigia Romário

 Sabia do tal presunto

 

 Quando a aula terminou

 Ele pegou a mochila

 Escondeu o tal capote

 E levou no meio da fila

 Sem ninguém desconfiar

 E rindo a nos contar

 Disse: só mané vacila

 

 Pra encerrar a tal história

 E provar ser mermo um cão

 Disse eu jantei capote

 Mas do sal num gostei não

 Mãe errou, salgou o bicho

 Mas comi, fiz por capricho

 Doutra vez trago um pavão

 

Sobre o Poeta Braga

O professor Rafael Reinaldo de Oliveira é conhecido por Rafael Braga. Professor, Especialista em Língua Portuguesa, Gestão Escolar, Literatura Brasileira e Africana; poeta, cordelista, contista e cronista. Com o nome artístico Poeta Braga e o heterônimo Poeta Maldito.

Formado em Letras pela Universidade Regional do Cariri-Urca;

Formado em Pedagogia, pela Universidade Educacional da Lapa-Fael;

Especialista em Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Africana pela Universidade Regional do Cariri-Urca;

Especialista em Supervisão e Gestão Escolar pela Faculdade de Educação do Piauí-FAEPI;

Professor de Língua Portuguesa e Redação da Escola Dona Carlota Távora em Araripe-CE;

Experiência na educação como Coordenador Pedagógico e Diretor Administrativo em escolas municipais;

Membro e ex-presidente da Sociedade dos poetas de Araripe com a cadeira de nº 11;

Imortal da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe-CE, com a cadeira de nº 32;

Poemas publicados na revista de circulação nacional, África e Africanidades;

Obras publicadas:

 *Ducipule Musae: o discípulo da inspiração, Livro de poesias, publicado em 2013 pela virtual books;

*Coautor da obra Dois dedos de prosa, livro de crônicas;

Cordéis publicados:

Cordel, Brincadeira de mau gosto, publicado em 2015;

Sempre choro de saudades nas noites de são João, obra em cordel coletivo, publicado em 2020;

Rimas com humor, obra em cordel coletivo, publicado em 2019;

Contos selecionados, obra em conclusão...

Youtuber do canal Aula com o Poeta;

Ativista social contra o racismo.

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