28/12/2022

Cordel O SERTÃO ENVERDECEU Por Adriano Sousa | ARARIPE-CE

Lucélia Muniz

Ubuntu Notícias, 28 de dezembro de 2022

@luceliamuniz_09   @ubuntunoticias   @poetadriano

Francisco Adriano de Sousa é poeta, cordelista e escritor; membro da Academia de Letras do Brasil /Seccional Ceará, Cadeira 10; e Seccional Regional Araripe, Cadeira 02. Desde 2012, até hoje, publicou as obras: Vivi Um Grande Amor; Dona Nem - 93 Anos de História; Dois Dedos de Prosa (em parceria com outros escritores); Araripe, Cidade da gente (em parceria com outros escritores). Também publicou diversos cordéis. É altaneirense pelo Registro de Nascimento de Nº 3.573, e araripense pelo Decreto Legislativo Nº 006/2013, de 05 de dezembro de 2013. É Funcionário Público Municipal de Araripe-CE.

O SERTÃO ENVERDECEU Por Adriano Sousa

O sertão se reinventa

A cada dia que passa

Teve um tempo de calor,

Queimada e muita fumaça

Agora é tempo de chuva

Um clima bom nos abraça.

 

Tudo é alegria e graça

No mundo da passarada

O joão-de-barro enganado

Com a nova temporada

Viu chegar chuva e frio

Sem a casa terminada.

 

E o pardal que faz ninho

Em toda casa que vê

Apanhando galho seco

Para o filhote aquecer

Agora com o mato verde

Vai fazer ninho de quê?

 

E o sapo saiu da toca

Já antes do combinado

De terreiro em terreiro

Pulando pra todo lado

Foi-não-foi, anda dizendo

Que o tempo está mudado.

 

Em setembro teve chuva

Para o caju crescer

E outubro foi chuvoso

- Eu fiquei sem entender –

E em novembro o sertão viu

A mata enverdecer.

 

Achei bom foi a formiga

Acabando com meu jardim

Cortou as minhas roseiras

E eu achei muito ruim,

Mas quando a chuva chegou

Criou asa e levou fim.

 

De chuva fora de época

Ou inverno antecipado

Não sei como descrever

O caso aqui relatado,

Mas agradeço a mudança

O clima tem melhorado.

 

Dormir, eu já nem dormia

A cama era uma fornalha

E hoje durmo ouvindo

A água caindo na calha

Nunca mais senti calor

Nada mais me atrapalha.

 

Sexta-feira eu dormi tanto

Que o dia amanheceu ligeiro

Declinei da obrigação

- Meu trabalho de porteiro -

E faltei no meu serviço

Botei culpa no aguaceiro.

 

Não tenho o que dizer

Das chuvas que tem caído

Em toda a redondeza

Já bastante tem chovido

Só vantagens tenho visto

Estou muito agradecido.

0 comments:

Postar um comentário

Deixe seu comentário mais seu nome completo e localidade! Sua interação é muito importante!