Ubuntu Notícias, 15 de junho de 2022
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Na quinta-feira (09), a nova-olindense, Francisca Andréia Teles Barbosa Nergino, foi empossada na Cadeira 19 da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe-CE. Junto a referida acadêmica também se encontram empossadas as acadêmicas – Lucélia Muniz da França na Cadeira 35 e tem como Patrona a Professora e Artesã Maria Constância da França Muniz; e Luciana Muniz da França na Cadeira 17, tendo como Patrona a Culturalista Antonia Teles Barbosa (Francy Teles).
Andréia Teles também imortaliza sua Patrona, a primeira professora formada de Nova Olinda, a Senhora Josefa Matos Cordeiro de Carvalho.
Francisca Andréia Teles Barbosa é filha de André Felix Barbosa e Helena Teles Cidade Barbosa. Casou-se com Hildeberto Nergino Oliveira e desta união matrimonial nasceram três filhos: Hildeberto Filho, Hilderlandson e Hildegardo. O casal ainda se afeiçoou ao pequeno Josué que passou a ocupar o lugar de filho caçula na família.
A Professora Andréia é graduada em Língua Portuguesa e Língua Inglesa pela Universidade Regional do Cariri-URCA e tem especialização em Gestão Escolar pela Faculdade de Juazeiro do Norte-FJN.
Através desta matéria veiculamos o discurso de posse da acadêmica Andréia Teles e também disponibilizamos o link da transmissão da posse, ocasião em que a mesma apresenta um trabalho biográfico sobre sua patrona.
Excelentíssima Senhora Antonia Lúcia Nunes de Alencar Almeida, digníssima Presidente desta Seccional. Ilustres acadêmicos, autoridades presentes, minha família, caros amigos.
Chego até aqui, nesta tarde memorável, sabendo da responsabilidade cada vez mais crescente que o universo coloca em minhas mãos, como educadora – Graduada em Letras pela Universidade Regional do Cariri (URCA/CE), licenciada em Gestão Escolar (FJN/CE), Professora de Língua Inglesa na Escola de Ensino e Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo e, agora, membra efetiva da Academia de Letras do Brasil/Seccional regional Araripe/CE. É com uma honra, confessada humildemente, que ocupo a Cadeira de número 19, cujo patrona é a renomada Josefa Matos Cordeiro de Carvalho.
Eu, a exemplo de tantos irmãos nordestinos, alguns retratados fielmente pela minha Patrona, poderia ter o mesmo destino dos milhões que ainda convivem com a falta de educação, em condições econômicas e sociais abaixo do mínimo aceitável, mas corri em busca dos meus objetivos, sonhos, das minhas realizações, seja no campo pessoal ou profissional. Agradeço a Deus e também às forças universais pelas conquistas obtidas em minha vida.
Penso ser oportuno destacar, ainda, que a nossa contribuição vai além das salas de aula das Escolas do consórcio entre os 10 município do Cariri oeste, onde em um deles eu sou professora e da consequente interlocução que deverei realizar com esta Academia de Letras.
A cultura, para a Academia Brasileira de Letras, tem sido uma paixão diária. Em suas paredes ecoa a benfazeja divergência dos postulados estéticos e ideológicos. Estamos cientes de que a cultura capta os instantes dos homens. Uma cultura que não se cristaliza e desafia cada geração com o caos da riqueza e a exuberância do pensamento. A cultura está, entre os homens, para semear a discórdia, o fluxo das emoções desmedidas, mas reveladoras. Habita o homem e extrai-lhe o avesso, suas crateras, o rosto frontal. Não emudece, não recua, não se esconde! Tece simplesmente as intrigas que enlaçam os homens irremediavelmente, e que facilitam, embora de modo fugaz, o mútuo reconhecimento.
Vivemos, nesta Casa, sob o regime da memória. Uma memória que não se deixa abater pelas tentações do esquecimento, não se curva ao comando de que é necessário apagar as lembranças inaugurais a pretexto de erigir discursos triunfalistas, impregnados de inovações transitórias. Não cede à lenta erosão dos dias. Recordar é, para nós, o atributo da sobrevivência moral, sobretudo em face de uma sociedade em ebulição, sob o risco de dispensar registros, emblemas, galardões civilizatórios.
Na pessoa de minha mãe Helena Teles Cidade Barbosa, inicio de minha viagem, devo a lembrança a esta memória arcaica. É como Mulher, Professora, Cidadã brasileira que hoje, com a ajuda de Deus, dos brasileiros amantes das causas nobres, dos membros desta Casa, que libertos de preconceitos confiaram na minha condição feminina, assumo, comovida, a cadeira 19 desta Seccional.
Por fim, não posso eximir-me de agradecer a quem atuou diretamente para a minha imortalidade aqui na ALB, o Sr. Francisco Adriano de Sousa Fundador/Membro desta Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe-CE, no qual eu o considero como um verdadeiro Líder. Minha madrinha nessa indicação a vaga nesta Confraria a Senhorita Lucélia Muniz da França – Confreira ocupante da cadeira de nº 35, que viu em mim, características dignas de ocupar uma das vagas nesta Confraria, e principalmente, em especial a Senhora Luciana Muniz da França Confreira - cadeira 17, por ter caminhado junto comigo rumo a esta pesquisa ser concluída com êxito.
Pela sua humildade e mais ainda por ela ter tido o privilégio de conhecer a Professora Josefa Matos Cordeiro de Carvalho, se solidarizando nesta minha busca, pois és sabedora que eu não a conheci, mais que eu era movida pelo desejo de a torná-la imortal nesta Confraria, por sua história pessoal e profissional ter sido pautada na Educação de um Povo, especialmente do município de Nova Olinda, no qual somos parte em gerações distintas, esse legado dela ficou na história, e de fato, hoje o meu desejo está se concretizando.
Meus sinceros agradecimentos aos demais membros ocupantes das demais cadeiras desta Seccional, por terem aceitado o meu nome para esta renomada confraria. Nesta direção, destaco a importância desta Academia para a preservação da cultura, da escrita e da memória.
Tornar-me, a partir desta inesquecível data, peça integrante desta Confraria, é motivo de imensa satisfação e orgulho; da mesma forma que entendo ser para os demais novos imortais: Aldemir e Reginaldo, as quais estendo meus votos de sucesso e agradecimento por sentar-me ao lado de vocês, queridos Confrades. Para finalizar, deixo como mensagem um poema escrito por Fernando Pessoa. A interpretação fica por conta de cada um de vós.
Não sei quantas almas tenho (Fernando Pessoa)
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
Senhora Presidente, caros acadêmicos:
É hora de terminar. Com evidente limitação, tentei reverenciar os meus brilhantes antecessores. O estudo da vida pessoal e profissional de Josefa Matos Cordeiro de Carvalho bastou-me para elevar o senso de responsabilidade com que assumo a cadeira 19.
É meu desejo levar adiante o exemplo de trabalho dessa digníssima Mulher a frente de seu tempo. A nossa cultura precisa penetrar fundo na juventude de hoje, assim como a nossa democracia precisa avançar muito para se tornar mais justa.
Todos sabem que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. As causas são profundas e se ligam a problemas que vêm de longe, dentre eles, a educação precária.
Temos de melhorar a qualidade de nosso ensino para poder iluminar as novas gerações. A Idade Média foi considerada a Era da Escuridão não por falta de luz, mas por conta do atraso e primitivismo.
Espero que o meu atrevimento seja compreendido como um gesto de quem deseja aprender. Aliás, eu estava ainda aprendendo quando dei a última aula na EEEP Wellington Belém de Figueiredo. Não me conformo com a ignorância e muito menos com a falta de empatia. Leciono todos os dias com o desejo de aprender, de ouvir e apoiar os alunos. Quem me apoia tem razão!
O ser humano que pára de aprender vira obsoleto, tenha ele 20, 30, 40 ou mais de 50 anos. Quero seguir o exemplo desta grande Brasileira, Mulher, Professora, Amante do ofício, Josefa Matos Cordeiro de Carvalho, que, por anos, não desistiu de aprender e movida por este estímulo, não parou de ensinar. É esta sede de aprender e este impulso de ensinar, que me levaram a escolher Vossa Excelência, estimada Professora, para ser imortal nesta Academia.
Este é, sem dúvida, um dos momentos felizes de minha vida. Finalizo com um profundo agradecimento à acolhida oferecida pela Senhora Presidente e pelos nobres companheiros deste templo do saber que tanto zela pelas letras, história, filosofia e ciências em Araripe, que é a nossa Academia de Letras do Brasil/Seccional/Regional.
Aos meus parentes e amigos que aqui compareceram, quero registrar
um comovido agradecimento. Sempre recebi deles o estímulo para descobrir, o
apoio para inventar e a paciência para me escutar. Muito obrigada!
Francisca Andréia Teles Barbosa Nergino
Clique AQUI para conferir a transmissão com a apresentação
do trabalho biográfico sobre a patrona.
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