Ubuntu Notícias, 14 de dezembro de 2021
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Informações do Professor Guilherme da EEEP Wellington Belém de Figueiredo de
Nova Olinda-CE
O concurso “Redação Enem: Chego Junto; Chego a 1000”, é uma iniciativa da Fundação Demócrito Rocha- FDR em parceria com a SEDUC – Ceará e o jornal O povo e ocorre desde 2015 no formato Enem Mix. O concurso é direcionado a estudantes do terceiro ano do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e visa ajudar os discentes na prática de textos na modalidade dissertativo-argumentativa, exigida pelo Enem. Durante o período do concurso são disponibilizados 5 temas de redação para os estudantes, os textos são postados no site da FDR e posteriormente corrigidas por uma banca da instituição.
A cada tema, são disponibilizadas inforreportagens para que os discentes possam aprimorar seus conhecimentos sobre o assunto e melhorar seus argumentos. Durante o processo, os estudantes participam de uma competição que ocorre em 3 modalidades: etapa escolar, etapa regional e a etapa estadual. São premiados os 23 melhores textos e também publicados em um livro.
Os resultados da parceria, segundo Iane Nobre, coordenadora da Gestão Pedagógica do Ensino Médio da Seduc, se apresentam por meio do crescimento anual de alunos no ensino superior. Entre 2016 e 2018, o índice de estudantes da rede pública do Estado que ingressam no ensino superior cresceu 49,5%, saindo de 13,5 mil para 20,2 mil.
Em 2021, o concurso de redação foi desenvolvido sob grande dificuldade, uma vez que todo o processo aconteceu de forma remota, tendo em vista a reverberação da pandemia do Covid-19. Apesar disso, as escolas, professores e estudantes foram bastante receptivos à proposta. O concurso foi divulgado nas redes no dia 23 de Agosto e o período de inscrições foi do dia 24 do mesmo mês ao primeiro dia de Outubro.
A duração do projeto foi de 3 meses, sendo que a cada semana era divulgado 1 dos 5 temas propostos. Os temas de redação para o concurso foram: Dilemas da escolha profissional do jovem na contemporaneidade/As limitações do SUS no contexto da covid-19/A dificuldade de erradicar o trabalho infantil no Brasil/O papel do esporte no combate ao preconceito/A banalização do Holocausto nos dias atuais e os efeitos na sociedade moderna. No dia 28 de Setembro de 2021, após o período de produção e correção das redações, foi realizado o sorteio do tema oficial, tendo como resultado o último tema divulgado “A banalização do Holocausto nos dias atuais e os efeitos na sociedade moderna”.
Ao todo, foram mais de 22 mil redações produzidas, sendo 3 mil textos concorrendo à premiação na etapa regional. Após a divulgação do tema oficial, as escolas estaduais realizaram a escolha da redação que iria representá-las na etapa regional, fazendo uma seleção de acordo com os critérios de avaliação da redação do Enem. Em seguida, os textos foram encaminhados para as Credes e Sefor para a seleção na etapa regional e premiação aos alunos com 1 smartphone, onde seria escolhido apenas 1 texto e encaminhado para a etapa estadual. Por fim, nessa última fase, seriam selecionadas as 3 melhores redações, os autores dos textos receberiam 1 notebook e seus professores 1 smartphone.
Na EEEP Wellington Belém de Figueiredo o Professor de Redação, Luiz Guilherme, realizou um trabalho de divulgação do concurso durante a realização das aulas remotas, um momento muito difícil, segundo ele, uma vez que boa parte dos alunos estavam desmotivados e apresentaram dificuldades na escrita.
Depois do professor haver divulgado o edital com todo o cronograma, o mesmo discutia semanalmente as propostas de redação com seus textos motivadores e orientava os estudantes acerca da produção, realizando a correção previamente, antes dos discentes postarem na plataforma da FDR. Os estudantes posteriormente recebiam no sistema de correção das redações a nota referente a cada etapa.
Na etapa escolar, as redações finalistas foram escritas pelos estudantes Wallace Alves da Costa (3º ano de Edificações), José Alex Freire de Oliveira (3º ano de Redes de Computadores), Maria Letícia Gomes Correia (3º ano de Redes de Computadores), Thalles Henrique Rodrigues de Assis (3º ano de Finanças) e Marisol Mizael da Silva ((3º ano de Redes de Computadores).
As redações passaram pelo processo de avaliação junto aos professores de Linguagens e Códigos da instituição sendo melhor avaliado o texto do aluno Wallace Alves, texto esse que foi submetido à etapa regional. A Crede 18 elegeu uma banca para análise dos textos enviados pela escola, sendo também escolhido através da avaliação o texto do aluno Wallace.
Vale ressaltar que a Crede 18 é composta por 26 escolas. No dia 08 de Dezembro de 2021, o professor Luiz Guilherme, o estudante Wallace Alves e o técnico da Crede 18, Paulo Soares, estiveram na capital do Ceará para a cerimônia de premiação da etapa regional e divulgação do resultado da etapa estadual, que obteve como ganhadoras as estudantes: Maria Lorrany P. Alves de Oliveira (1º lugar- Crede 15 - EEEP Monsenhor Odorico de Andrade), Maria Letícia Pereira dos Santos (2º lugar – Crede 19 - EEEP Professor Moreira de Sousa) e Jamylle Gomes Benício (3º lugar – Crede 6 - EEM Huet Arruda).
Fica registrado aqui as felicitações ao aluno Wallace Alves da Costa pela importante conquista, uma vez que o mesmo representou de forma exemplar sua escola e a Crede 18, concorrendo com cerca de 3.000 estudantes.
Abaixo
você confere o texto escrito pelo aluno Wallace Alves da Costa:
No livro “Tratado sobre a tolerância”, elaborado pelo filósofo
Voltaire, critica as agressivas perseguições de seu período e apoia a
tolerância em qualquer circunstância. Fora da obra, é nítido que o passado
cruel ainda interfere no comportamento da sociedade hodierna, uma vez que os
grupos minoritários sofrem com hostilidades e são estigmatizados. Logo, esse
embate decorre da negligência por parte das autoridades que acarreta no aumento
do holocausto injusto.
Primordialmente, é fulcral salientar que o desleixo da parte dos
especialistas na área da segurança torna tal holocausto banalizado,
especialmente nas zonas vulneráveis. A esse respeito, Zygmunt Bauman, sociólogo
polonês, desenvolveu o conceito de “instituição zumbi”, segundo o qual as
instituições mantêm sua forma, mas declinou sua função social. Nessa senda, os
cidadãos mais ínfimos, principalmente uma determinada divindade, são ignorados
na maioria das vezes ao realizarem denúncia e, com isso, tendem a permanecer em
tais insatisfações, cujas consequências afetam o progresso social no país.
Por conseguinte, a imolação se avolumou perante os estereótipos e
fortaleceram ainda mais a intolerância. A vista disso, a filósofa Hannah Arendt
criou uma expressão denominada “banalidade do mal” e, segundo ela, a maldada se
tornou algo comum, uma vez que a sociedade pratica atos maldosos
“involuntariamente”.
Isso acontece, porque geralmente além de não haver punições aos delinquentes,
a população taxa os pertencentes ao grupo LGBT e outras religiões, como
“anormais” e instruem o ódio ao invés do amor ao próximo. Dessa forma, essas
atitudes errôneas não podem continuar a perdurar na nação.
Portanto, os empecilhos que impedem o avanço do país precisam ser
cessados. Para tanto, o ministério público – órgão responsável pela defesa de
direitos – através da polícia local, deve intensificar a fiscalização dos
ocorridos e punir os opressores que tenham atitudes ofensivas, com o fito de
amenizar o holocausto e garantir segurança para todos. Além disso, o ministério
da educação deve disponibilizar palestras com os alunos juntamente com os pais,
por meio de redes sociais, sobre o respeito para com o próximo, a fim de tornar
as pessoas mais empáticas. Somente assim, será possível obter a tolerância apresentada
por Voltaire.
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