Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 28 de agosto de 2020
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Para começar esta matéria eu fiz uma leitura de um Artigo intitulado de A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO PRÁTICA EDUCATIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL onde os autores começam destacando que a contação de história instiga a imaginação, a criatividade, a oralidade, incentiva o gosto pela leitura, contribui na formação da personalidade da criança envolvendo o social e o afetivo.
E neste mesmo artigo, logo na Introdução
também é feito a seguinte observação:
“Vivemos um período em que a mídia e as tecnologias estão cada vez mais acessíveis às crianças; as informações chegam pelos meios de comunicação ampliando os horizontes e os conhecimentos. Os livros estão sendo deixados de lado, as histórias estão sendo esquecidas, o que torna um desafio para o educador fazer com que as crianças em idade escolar tomem gosto pela leitura”.
Posso aqui tentar fazer um paralelo entre a minha geração e a geração atual que nasce imersa à tecnologia. Eu não vivi uma infância onde as redes sociais e a Internet, celulares e computadores fossem parte de meu dia a dia. A geração atual já vem ao mundo num parto transmitido através de videoconferência como assisti numa matéria de um jornal de hoje.
Ora, cada geração usufrui do contexto em que nasce, não esquecendo que muitos são excluídos socialmente! Se nasci numa comunidade rural sem eletricidade, tive o prazer de sentar à noite com meus pais e apreciar um céu estrelado. Acabei ganhando o brilho das estrelas!
A noite era permeada também pelas histórias. Tinha um morador lá em casa chamado de Seu Zé Silva. Ele gostava de contar uma história longa intitulada, “A Princesa do Reino da Pedra Fina”. Essa história foi sendo contada ao longo de várias noites e eu e minha irmã mais nova, Geneana, esperávamos ansiosa pela sequência dela.
Seu Zé Silva era analfabeto, então com o passar dos anos pensei que era uma criação da sua imaginação. Já na faculdade, parada próximo a uma banca que vendia livros, vi um livro que me chamou a atenção. Era sobre a Princesa do Reino da Pedra Fina.
Aprendi que mesmo àqueles que não tiveram a oportunidade de ocupar um banco escolar, ouviam histórias, as memorizavam e tornavam a noite de muitas crianças algo encantador.
Volto ao artigo mencionado no início da
matéria:
“Por isso, contar histórias é saber criar um ambiente de encantamento, suspense, surpresa e emoção, no qual o enredo e os personagens ganham vida, transformando tanto o narrador como o ouvinte. O ato de contar histórias deve impregnar todos os sentidos, tocando o coração e enriquecendo a leitura de mundo na trajetória de cada um”.
Sobre a importância da leitura, aprendi que abrem portas para o mundo, nos transformam e nos possibilitam também transformar realidades e pessoas. Sempre achei estranho o fato de algumas bibliotecas manterem armários fechados recheados de livros. Para mim esta é uma forma cruel de esconder tesouros e por muitas vezes pedi para que os abrissem e foi fantástico.
Esta retrospectiva desses fatos foi abordada
no meu discurso de posse na Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional
Araripe-CE e nesta matéria volto a enfatizar tais situações novamente como um
chamado a valorização da nossa Cultura.
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