Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 28 de abril de 2020
Uma
das primeiras medidas será a convocação do ex-ministro para prestar
depoimento
e entregar eventuais provas contra o presidente O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello decidiu, na
segunda-feira (27), abrir inquérito para investigar as declarações feitas pelo
ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que pediu demissão
do cargo e fez acusações contra o presidente Jair Bolsonaro.
A
decisão do ministro atendeu a um pedido feito pelo procurador-geral da
República, Augusto Aras, na semana passada. Com a abertura da investigação, uma
das primeiras medidas será a convocação de Moro para prestar depoimento e
entregar eventuais provas de suposta interferência na Policia Federal (PF).
O chefe do Ministério Público Federal (MPF) pontuou
possíveis crimes cometidos por Bolsonaro, de falsidade ideológica, coação
no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de
Justiça, corrupção passiva privilegiada, além de denunciação caluniosa e crime
contra a honra sobre Moro, se as acusações não forem verdadeiras.
Ao deixar o cargo, Moro afirmou que Bolsonaro queria interferir politicamente na
Polícia Federal e colher informações, motivo pelo qual
estaria desligando o diretor-geral Maurício Valeixo. Bolsonaro negou as acusações.
Especialistas
ouvidos por CartaCapital defendem
que o discurso de Moro alimentou a hipótese de crime de
responsabilidade por Bolsonaro. Um dos argumentos sustenta que o
uso político da Polícia Federal atenta contra a independência do Poder
Judiciário, ato descrito como crime de
responsabilidade presidencial no artigo 85 da Constituição e no artigo 4o da Lei do Impeachment.
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