Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 04 de abril de 2020
Prof. Dr. Bernardo Melgaço da Silva*
*Cientista e Iogue da Prema Yoga de Sathya Sai Baba
bernardomelgaco.blogspot.com
bernardomelgaco@gmail.com
Entre 2003 e 2009 morei e trabalhei como professor universitário na
Universidade Regional do Cariri (URCA-CE). E pude ver a grandeza, humildade e
solidariedade de um povo castigado pelo sol e pela terra seca no semiárido.
Ainda me lembro e sinto saudades daquele tempo onde na minha rua as casas
simples e humildes era a maioria num bairro pobre onde morei. Acredito que eu
era um dos poucos que tinha uma boa renda.
A minha vizinha muito pobre as vezes ia na minha casa pedir para eu
comprar um botijão de gás ou pagar um mês de aluguel atrasado. As duas filhas
jovens me pediam alimentos que estavam na minha geladeira: queijo, iogurte etc.
Isso aconteceu várias e várias vezes. Era comum ver morador pedir a outro um
pouco de café, açúcar, sal emprestado. Era dessa forma que eles se ajudavam
para suportar aquela vida do interior pobre brasileiro.
Eu ficava comovido com a capacidade de empatia e solidariedade. Hoje,
vivemos em tempos de guerra contra um inimigo invisível que mata pobres e ricos
sem distinção de cor, raça, religião etc. Estamos vendo pela televisão uma rede
de solidariedade para ajudar os idosos e aqueles que pertencem ao grupo de
risco.
Eu gostaria de ter a juventude que tinha nos meus tempos de professor
universitário da URCA. Eu sempre atuei no campo do serviço social solidário
mesmo antes de ir ministrar aulas no Cariri. Trabalhei ativamente na extensão
universitária da URCA porque entendia que a universidade além do ensino e da
pesquisa deve atuar também na extensão como o mesmo envolvimento que faz nas
outras duas áreas ou eixos.
Fui coordenador do COEP (Comitê de Combate à fome pela vida) por vários
anos onde elaborei e gerenciei projetos sociais para as comunidades carentes do
Ceará e da Paraíba. E se eu estivesse na ativa com certeza reuniria novamente
os alunos para ajudar e acompanhar de perto o drama desse povo desassistido.
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