Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 19 de março de 2020
Após estudo e declaração de ministro francês, entidade havia recomendado não usar o anti-inflamatório
Ministério da
Saúde, no entanto, mantém a restrição
A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou atrás nesta
quinta-feira (19) e retirou a restrição de uso de medicamentos à base de
ibuprofeno no tratamento contra a Covid-19, doença causada pelo novo
coronavírus. A restrição havia sido anunciada na última terça-feira (17).
Apesar disso,
o Ministério da Saúde segue recomendando que outros medicamentos sejam usados
contra a doença. Em uma publicação em uma rede social na manhã desta quinta, a
pasta afirmou que, “por precaução”, recomenda “a substituição do #ibuprofeno
por outros analgésicos.”
Segundo
o ministério, “é fundamental que a substituição de medicamentos seja feita com
recomendação de um profissional de saúde.” A recomendação também consta em uma
nota técnica, de 17 de março.
Segundo a
OMS, a organização “está ciente das preocupações sobre o uso de
anti-inflamatórios não esteroidais (isto é, ibuprofeno) para o tratamento da
febre em pessoas com Covid-19”. No entanto, entidade afirma que “após uma
rápida revisão da literatura [pesquisas científicas], a OMS não está ciente dos
dados clínicos ou de base populacional publicados sobre esse tópico”, afirmou a
organização, em nota.
Segundo
a OMS, a conclusão foi tomada após ouvir médicos que tratam pacientes com
Covid-19 e após consultas a pesquisas científicas desenvolvidas até o momento
sobre a doença. A organização reforça que, com base nas informações
disponíveis, não há restrições ao uso de Ibuprofeno no tratamento contra a
Covid-19.
Por que havia restrição contra o C?
Na
última terça-feira (17), a OMS informou que o mais recomendado em tratamentos
contra a Covid-19 era o uso de medicamentos à base de paracetamol. A
indicação ocorreu após o ministro da Saúde francês alertar, no sábado (14),
contra o uso do ibuprofeno, que é encontrado em anti-inflamatórios.
Na
semana passada, uma pesquisa científica sugeriu que pacientes com diabetes e
hipertensão tratados com ibuprofeno tinham mais riscos de desenvolver quadros
severos da doença. Para o infectologista Celso Granato, professor da Unifesp e
diretor clínico do grupo Fleury, em São Paulo, a evidência mostrada na pesquisa
não era forte o suficiente. “Existem vários outros anti-inflamatórios,
antitérmicos – por exemplo, paracetamol – que têm o mesmo efeito e não têm
evidência de que têm esse problema”, lembrou Granato.
Fonte: Jornalismo Rádio
Videira/G1
Foto: Divulgação
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