Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 04 de novembro de 2019
Para Sérgio Paganin, coordenador de Linguagens do curso Anglo São Paulo,
a temática escolhida pode ter duas possíveis abordagens, dependendo da
coletânea escolhida pela banca responsável por selecionar o tema de redação do
Enem.
"Sem saber
exatamente quais são os textos motivadores que a banca selecionou para compor a
prova de redação, não dá para definir com precisão para qual lado o candidato
precisa ir, seja para um lado mais concreto ou abstrato", reforça
Sérgio.
Para o coordenador, os textos da coletânea definirão com exatidão qual é
o sentido do tema "Democratização do acesso ao cinema no Brasil".
"O acesso ao cinema no Brasil pode
ser uma questão mais concreta. Por exemplo, o acesso à sala de cinema, como é
que a população brasileira pode ter acesso a produções cinematográficas em
geral, se as salas de cinema têm uma distribuição irregular no País, e aí a
gente pode imaginar o acesso com um aspecto mais concreto. Mas também é
possível pensar que a coletânea e que o tema sejam voltados para a produção
cultural, e aí a gente poderia pensar, por exemplo, no cinema nacional e na
democratização do acesso a um bem cultural que não é tão fácil de ser acessado,
especialmente quando a gente sai dos grandes centros urbanos do País",
explica.
“Recentemente,
o MEC lançou um programa para incentivar cinemas acessíveis a surdos, cegos e
autistas pelo país. Um tema atual e amplo”, destacou a Professora Geneana França.
Para Márcio dos Santos do Armazém dos Saberes,
Projeto desenvolvido em Nova Olinda, “o
acesso a cultura é primordial para o bem-estar das pessoas, e infelizmente se
tornou um privilégio, e como tal precisa ser democratizado e colocado ao
alcance de todos. No Brasil apenas 10% das cidades tem salas de cinema, delas
1/3 se concentram em São Paulo. Estamos em um momento de rupturas, romper com
as barreiras que transformaram o acesso a cultura em um privilégio é uma
obrigação. Junto com o Armazém
dos Saberes procuramos dentro de todas as limitações, levar até as
comunidades marginalizadas produtos audiovisuais, um mínimo de bem-estar para
as pessoas. Seremos nós a comunidade civil que romperemos com essas barreiras,
um governo que censura filmes e desmonta a ANCINE
- Agência Nacional do Cinema, não tem moral nenhuma para falar em
democratização”.
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