Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 18 de setembro de 2019
Quando adentrei outrora fui
tomada por um silêncio perpétuo. Ainda restava algumas flores já ressecadas
pela ação do tempo sobre uma lápide. Percorrendo o recinto com os olhos vi
indicações de famílias, mensagens e lápides de anônimos, algumas sem cruz nem
indicação.
O ar parecia denso e à medida
que caminhava naquele cemitério lembrava de algumas superstições populares:
- “Se cair no cemitério no
dia de finados, no próximo ano não estará viva”, eis um dos exemplos.
Fiquei a pensar o quanto a
vida é fugaz e realmente somos pó da terra.
Quando o fluxo de pessoas
aumentou seguido de um entra e sai... percebi que o ar denso agora parecia se
aquecer em decorrência do calor emitido pelas chamas das velas.
Talvez nossa vida possa ser uma
metáfora onde a vela acesa se consome pela chama até apagar. Nos apagamos para
o mundo quando fechamos os nossos olhos pela última vez... não sei se há um
paraíso onde poderemos acordar e ter o merecido descanso eterno.
Entre lágrimas, por vezes me
perdi em pensamentos e acabei esquecendo alguns trechos das orações. Não tinha
como não notar a tristeza em meio ao choro contido das outras pessoas.
Não sei qual a dor de cada
um, porque são sentimentos guardados no seio das lembranças e memórias. Diante
da ausência de nossos entes queridos parecemos pequenos e frágeis... Ora somos
centelhas, ora somos lembranças, ora somos saudade!
Dedico esta mensagem a minha saudosa
mãe, a Senhora Maria Constância da França Muniz - 27 anos de Vida Eterna!
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