14/06/2019

Novo-olindenses fazem adesão à paralisação nacional | GREVE GERAL

Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 14 de junho de 2019
“O povo na rua, a reforma recua!”
Na manhã desta sexta-feira, representantes políticos, sindicalistas, representantes de associações comunitárias, professores, estudantes, gremistas, agricultores/ras, idosos, jovens e crianças uniram-se numa roda de conversa em Nova Olinda para debater sobre o atual contexto político/social: a Reforma da Previdência e os cortes na Educação.
Foi uma aula de cidadania, hoje na praça! Entre os relatos daqueles que se propuseram a fazer uso da palavra foi colocado algumas situações em vias de votação:  privatizações, cortes na educação e na saúde, falta de políticas públicas e incentivo para o(a) homem/mulher do campo produzir, e a reforma da previdência.
Ao pedir que alguns representantes de organizações sociais e lideranças avaliassem e fizessem algumas considerações sobre a paralisação de hoje, aproveito para deixar aqui algumas falas coletadas ao final da manifestação:
“(...) foi muito proveitoso, pois tivemos vários debates e explanações e muito mais a gente tem que fazer essas reuniões em praça pública e que o povo venha escutar o que é a realidade de nosso país hoje”. Beto Jeremias – suplente de Vereador.
“(...) eu estava esperando que fosse bom, mas foi melhor do que eu esperava! A gente conseguiu passar o recado e dizer que a gente tá muito consciente do que está fazendo. Não foi a primeira mobilização que a gente fez e também não vai ser a última, porque quantas forem necessárias a gente vai fazer. E, isso precisa virar uma tradição, a gente precisa se mobilizar lutando pelo direito do povo, porque essa é a nossa tarefa, esse é o nosso objetivo”. Jossias Félix – Presidente do SINSENO.
“(...) um movimento desse quando acontece, eu acho muito louvável, porque traz para nós a reflexão do compromisso da sociedade em fazer a discursão realmente da cidadania. Porque defender as políticas públicas as quais gera qualidade de vida para nós é defender a nossa vida. E uma mobilização como essa, uma roda de conversa dessa, com certeza forma pensamento nas pessoas os levando a serem multiplicadores e fazer a diferença onde quer que esteja. Discutir a Reforma da Previdência é discutir todas as políticas que vem de encontro com a necessidade de um povo. E hoje nós tivemos aqui toda uma junção de vários segmentos: os rurais, os professores, lideranças políticas, ... e isso é muito importante, esse engajamento, esse envolvimento, porque é somando que a luta acontece”. Corrinha do STR/Nova Olinda.
“(...) foi muito bom! A gente teve a oportunidade de ouvir muitas pessoas... a gente está trabalhando a política no macro, mas a gente tem que ver aqui o micro também... ver quem é que tá contra o que a gente tá propondo na rua para que se possa divulgar e isso ter um peso lá na frente. A gente tá aqui pra somar e nos interessa na verdade é quem soma, quem não soma e é contrário a nossa ideia e não nos defende, que não nos represente no legislativo municipal, estadual, federal. (...) E eu mais uma vez me dirigi aos professores, porque o governo federal, ele nos enxerga como uma ameaça a educação. Ela é extremamente prejudicada haja visto que o governo só pensa em desqualificar o nosso trabalho. Ele coloca tudo que é negativo em cima da educação, por exemplo, ele nos responsabiliza pelo número de desempregados. Ele diz que o Brasil tem desempregados, porque a nossa educação não funciona, porque não temos pessoas qualificadas no mercado de trabalho. Então, a gente precisa estar fortalecido! Nós professores, precisamos estudar mais... a gente precisa estar mais empoderado! Nós precisamos entender que nós temos um poder em nossas mãos e que nós temos que trabalhar isso, porque enquanto a gente tá só sendo ameaçado pelo governo e a gente não se articula... a gente está perdendo espaço. Então, nós professores, mais uma vez, precisamos nos reunir, a gente precisa conversar mais, a gente precisa estudar mais e precisa buscar uma sintonia em nossa categoria. Porque a partir daí a gente pode ter encaminhamentos muito mais concretos...”. Lucimar Macedo – Professora da EEM Padre Luís Filgueiras.
“... sentimento de missão cumprida, fizemos a nossa parte, demos o nosso recado. Nós acreditamos que nós podemos fazer e temos a obrigação de ir pra rua, de discutir, de conversar com a população. Então, nós esperamos que essa reforma ela não passe da forma que ela tá, porque na verdade é um retrocesso e isso nós temos visto ao longo das discussões logo após essa PEC entrar para discussão. Nós temos acompanhado que é uma PEC maldosa e vem realmente para tirar direitos e isso nós não podemos permitir como professor, como cidadã, como representante político...”. Socorro Matos – da Comissão APEOC/Nova Olinda.
Para quem acha que as mobilizações não conseguem mudar essa realidade ora posta, engana-se! Segue algumas conquistas fruto das mobilizações populares!
Maioria das propostas dos rurais é acatada no parecer apresentado pelo relator do texto da reforma da Previdência!
No parecer sobre o texto da PEC 06/2019 que trata da reforma da Previdência, apresentado na quinta-feira (13), a maioria das propostas do sistema CONTAG foram atendidas, ou seja, permanecem as regras atuais. Dentre os pontos, estão: a contribuição através da comercialização, idade de aposentadoria das trabalhadoras rurais, e a retirada do Benefício de Prestação Continuada (BPC), da Desconstitucionalização e da Capitalização da Previdência Social.
“As alterações do texto são frutos de diversas mobilizações, articulações e pressões, protagonizadas pelos Sindicatos, Federações, a CONTAG e os trabalhadores(as) rurais, desde audiências públicas nos municípios, nas Assembleias Legislativas, e visitas permanentes nos gabinetes dos deputados(as) federais, no Congresso Nacional”, valoriza e reconhece a secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.
Ir para a rua lutar pelos nossos direitos é um ATO POLÍTICO, não é um ato de politicagem ou política partidária! Não é uma luta de direita ou de esquerda! É uma luta de todos(as)!

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