Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 25 de junho de 2019
Por Chloé Pinheiro Via Saúde
Esse subtipo de vírus influenza continua preocupando as autoridades em 2019. Saiba como evitar e combater o problema
Esse subtipo de vírus influenza continua preocupando as autoridades em 2019. Saiba como evitar e combater o problema
O H1N1 ficou famoso há uma década, quando uma
epidemia desse subtipo do vírus da gripe provocou 2 mil mortes no Brasil. Em 2018,
ele foi responsável por 65% dos óbitos decorrentes dessa doença. E ainda
preocupa em 2019, porque já registrou vítimas fatais – especialmente no Amazonas, que inclusive antecipou sua
campanha de vacinação para conter o surto.
O
H1N1 causa os mesmos sintomas das outras versões do vírus influenza: febre
alta, mal-estar, dor de cabeça, espirros e tosse. A diferença estaria no risco
de complicações.
“Ele
é um pouco mais virulento. Ou seja, multiplica-se rapidamente no organismo e
provoca mais casos graves em jovens, asmáticos e gestantes”, comenta Rosana Richtmann,
infectologista do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo.
O
H1N1 integra o time dos vírus influenza tipo A, do qual o H3N2 também faz
parte. Esse agente infeccioso, aliás, parece ser mais perigoso para os idosos.
A
outra família de influenza, do tipo B, geralmente se manifesta de maneira mais
branda, segundo Hélio Bacha, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Os especialistas alertam, porém, que as diferenças de agressividade entre os
subtipos da gripe são tênues, até porque dependem das constantes mutações que
esses vírus sofrem. Em resumo, todos preocupam.
“Temos
uma concepção de que o risco é maior quando se trata do H1N1, mas a gripe é uma
ameaça sempre, principalmente quando há outras doenças presentes”, reforça Bacha.
“Até o tipo B pode ser perigoso”, completa.
O que é diferente no H1N1
Basicamente,
a estrutura do vírus, que possui algumas proteínas
diferentes. Além disso, assim como todos os membros da família, o H1N1 sofre
mutações frequentes – daí a necessidade de tomar a vacina anualmente,
principalmente nas campanhas nacionais. O imunizante é atualizado de
acordo com as variedades que estão circulando pelo mundo.
A
boa notícia é que as mutações mais impactantes, com potencial extra para fazer
estragos, são esporádicas. “A cada seis ou sete anos, temos mudanças mais significativas.
Aí costumamos ter epidemias maiores, porque o sistema imune da população não
conhece aquele agente, como ocorreu no Brasil anos atrás”, explica Bacha.
Diagnóstico e tratamento
Quando
os sintomas aparecem, o ideal é procurar o médico. Em determinados casos de
H1N1, pode haver dificuldade para respirar ou falta de ar – um sintoma que
também surge em indivíduos acometidos com outros tipos de gripe, aliás.
No
outono e inverno, quando a incidência da enfermidade é mais alta, nem sempre os
médicos solicitam exames que façam essa diferenciação. Até porque o tratamento costuma ser igual.
“O
importante é desconfiar do vírus influenza em geral e iniciar o tratamento nas
primeiras 48 horas. Os remédios antivirais combatem qualquer um dos subtipos”,
destaca Rosana Richtmann.
Mas
atenção: esses fármacos (lembra do Tamiflu?) são prescritos nas situações com
maior risco de complicações e morte. Diabéticos e idosos, por exemplo, são
candidatos por possuírem um déficit no sistema imunológico.
Em
casos mais simples, geralmente os médicos apenas manejam os sintomas. Eles
oferecem antitérmicos para baixar a febre, analgésicos para controlar a dor, e
por aí vai. Enquanto isso, o próprio organismo produz anticorpos para debelar a
infecção – para ajudá-lo, repouse e se hidrate.
Como prevenir
Todos
os subtipos da gripe são transmitidos da mesma maneira: pelo contato com
gotículas da saliva e com secreções respiratórias de pessoas infectadas.
O
vírus presente nessas partículas pode ficar ativo por horas em maçanetas,
roupas, portas e outros objetos. Basta tocar em um deles e depois colocar a mão
na boca ou nos olhos. Daí por que os especialistas pedem tanto para a gente
lavar as mãos com frequência.
Para evitar a gripe, o ideal é se vacinar,
especialmente se fizer parte dos grupos prioritários – crianças de até 6 anos
incompletos, idosos, gestantes, indivíduos imunodeprimidos ou portadores de
doenças crônicas… “Tomar as doses anuais é a principal forma de prevenção”,
crava Rosana. Como se fosse pouco, o imunizante diminui o risco de agravamento
da doença.
No
mais, vale tomar medidas básicas de proteção contra doenças no geral. Além de higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel,
mantenha os ambientes arejados e tape o nariz e a boca na hora de espirrar.
Indiretamente,
adotar um estilo de vida saudável ajuda, porque reforça as defesas naturais do
corpo. Durma bem, faça exercício e coma de maneira equilibrada.
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