Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 06 de março de 2019
Por Carol Scorce
Via Carta Capital
Verde e Rosa homenageou Marielle Franco e os heróis negligenciados pela história hegemônica
A escola de samba Estação Primeira de
Mangueira entrou na Sapucaí no meio da madrugada da terça-feira (05) – do
Carnaval do Rio de Janeiro – e tão logo os primeiros foliões pisaram na
avenida, o público nas arquibancadas não parou mais de cantar. Ao menos ali
estava claro que aquela era a escola mais aguardada.
A
Verde e Rosa ousou ao cantar e contar sobre os heróis negligenciados pelos
livros da História do Brasil, e fez a prometida homenagem à vereadora Marielle
Franco, um dos momentos mais aguardados. Muitos levaram a placa “Rua Marielle
Franco”, outra com “Mari Presente”, e também “Justiça por Marielle”.
Na
arquibancada popular, mais manifestações, entre elas um bandeirão com o rosto
da carioca, assassinada em 14 de março do ano passado. Na pista, as referências
à vereadora apareceram na comissão de frente e na última ala. Ao longo da
escola, que levou o Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo
Especial, apareceram personagens como Luisa Mahin, Esperança Garcia e Chico da
Matilde.
A
arquiteta Mônica Benício, viúva de Marielle, esteve presente na passarela,
usando uma camiseta com os dizeres “Lute como Marielle”. O deputado
federal Marcelo Freixo (PSOL) e o vereador Tarcísio Motta (PSOL) também
participaram do desfile.
Ao
longo do desfile, os carros trouxeram frases como “Ditadura Assassina”,
mostraram ex-presidentes como Floriano Peixoto pisando em cadáveres e
apresentaram os Bandeirantes como gananciosos que mataram e escravizaram índios
em busca de ouro (ao invés da imagem de desbravadores que consta nos livros
escolares).
Um
dos destaques da escola foi a bateria que levantou o público ao utilizar
instrumentos característicos de religiões de matriz africana. A ação foi
pensada não apenas pela sonoridade, mas para explicitar, mais uma vez, o tom
político e social do desfile de 2019, buscando valorizar a cultura afro e
criticar o preconceito contra as religiões afrodescendentes.
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