18/11/2018

Escritor Adriano Sousa apresenta pesquisa biográfica sobre a Patrona Noemi de Alencar Arraes da ALB/Araripe-CE

Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 18 de novembro de 2018
Tenho saudades da terra onde nasci, da companhia dos meus pais e irmãos, da convivência dos parentes, dos passeios nos lugares mais pitorescos e aprazíveis do Araripe.  Noemi de Alencar Arraes
Ocupante da Cadeira Nº 02 da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE, Francisco Adriano de Sousa, presidente da referida academia apresentou sua pesquisa biográfica sobre a Patrona Noemi de Alencar Arraes no dia 09 de novembro de 2018 em Araripe-CE.
NOEMI DE ALENCAR ARRAES – A ESCRITORA DA SAUDADE
Patrona ALB/Araripe-CE
Por Francisco Adriano de Sousa
A ressignificação histórica não carece de justificativa para acontecer. Todas as pessoas de uma comunidade contribuem para o seu engrandecimento. Assim, perpetuam-se na história.

Pinçássemos da história araripense qualquer personagem, encontraríamos nele motivos justíssimos para transcrever a sua biografia e endossar a sua relevância para a sociedade em que esteve inserido em determinada época.

Na oportunidade foi feito a escolha de Noemi de Alencar Arraes, cuja biografia encontra-se esmiuçada em um trabalho de pesquisa que foi apresentado para efetivação de patronato na Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE.

Araripense nascida no seio de família tradicional cuja casa em que nasceu se faz marco municipal em arquitetura histórica; casada com o telegrafista que hoje denomina a artéria principal da cidade; mudando-se para a cidade de Crato-CE, foi primeira-dama e fez brilhante trabalho à frente da Comissão Municipal da Legião Brasileira de Assistência (LBA), enquanto seu esposo assumiu a prefeitura municipal; viúva, formou e casou os filhos. Com muita coragem levou adiante todos os negócios do marido, homem de reconhecida influência e sócio majoritário da Fábrica Aliança, em Crato-CE.

Noemi Arraes foi dotada de muitas qualidades, inclusive domésticas, contudo, homenageamo-la pela maior contribuição que ela poderia ter dado a história araripense: a escrita das suas memórias, em primeiro momento intitulada de “HÁ 55 ANOS”, depois datilografada em máquina elétrica e versão definitiva – A ROCINHA E A FÁBRICA – Reminiscências e Reflexões.

Aos 70 anos de idade, diabética e angustiada coma ausência dos filhos que viviam distantes, da mãe que permanecia em Araripe-CE aos 95 anos e a crise financeira pela qual passava desde a morte prematura do seu esposo Alexandre Arraes, decidiu por escrever as suas memórias a fim de dissipar as preocupações e pensamentos negativos acerca da vida.

Dotada de sensibilidade, saudade e atitude, concebeu A ROCINHA E A FÁBRICA – Reminiscências e Reflexões. Esta obra divide a vida de Noemi Arraes em dois momentos muito distintos: enquanto a ROCINHA fala da vida de Noemi em Araripe-CE, da infância ao lado dos seus pais, irmãos e demais parentes, a inocência da infância, o apego a casa dos pais e a roça situada no quintal da casa onde morava; a FÁBRICA relata a vida depois do casamento, a vida como Primeira-Dama do município de Crato-CE quando seu esposo Alexandre Arraes foi prefeito de reconhecido valor político e administrativo. A FÁBRICA, na verdade, também se materializa na Fábrica Aliança fundada por seu marido e que fracassou depois da sua morte. O negócio desandou e a fábrica entrou em decadência, segundo Noemi Arraes, advinda do mau gerenciamento do negócio.

FÁBRICA à parte, o nosso interesse histórico dá-se pelos detalhes escritos na primeira parte da obra – A ROCINHA, pois é nessa parte em que encontramos pequenos resumos biográficos araripense, a descoberta de personagens e situações que a história se quer registra em qualquer outro documento.

A ROCINHA E A FÁBRICA – Reminiscências e Reflexões, é o motivo pelo qual escolhemos Noemi Arraes para patrona da Cadeira Nº 02 da Seccional Araripe da Academia de Letras do Brasil.

Fragmentos
[...] seu clima [Araripe] é ameno e saudável, tanto que o povo não adoece. Nunca ouvi dizer que tivesse morado um médico no Araripe. Não se toma quase remédio e as doenças que aparecem o clima cura.
O Araripe prolonga a vida, [...]
Passou por lá um jornalista e pediu para ver o cemitério. Admirou-se de seu pequeno tamanho. Já em São Paulo, escreveu um artigo sobre o assunto, em que ressaltou que, no Araripe, quase ninguém morre.
Noemi Arraes. Escritora
In A Rocinha e a Fábrica – Reminiscências e Reflexões
Foto: Casa de Pitia na Rua Alexandre Arraes em Araripe-CE. Nesta casa nasceu Noemi de Alencar Arraes em 1900.

A pesquisa biográfica sobre a referida patrona encontra-se no Livro PATRONOS, Vol. 1 da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE, uma obra coletiva.
FRANCISCO ADRIANO DE SOUSA
Biografia
Nasceu em Altaneira-CE. Filho de Andrelino Pinto e Francisca Maia. Graduado em Letras (2012) pela Universidade Regional do Cariri-URCA. Sócio-fundador da Sociedade dos Poetas de Araripe-SPA. Presidente por dois mandatos: 2009-2010 e 2012-2014.

Sócio Correspondente do Instituto Cultural do Vale Caririense-ICVC, em Juazeiro do Norte-CE. Membro-fundador da ALB/Ceará, Cadeira 10. Membro-fundador da ALB/Araripe-CE, Cadeira 02.

Presidente Pro-Tempore da ALB/Araripe-CE, 2016-2017. Presidente da ALB/Araripe-CE, 2017-2019. Doutor em Filosofia Universica, pela Academia de Letras do Brasil/Ceará.

Obras publicadas:
- Vivi Um Grande Amor;
- Dona Nem, 93 Anos de História- Biografia;
- Dois Dedos de Prosa (em parceria com outros autores);
- Araripe – Cidade da Gente (Livro Didático em parceria com outros autores);
- Livro PATRONOS, Vol. 1 (obra coletiva em parceria com acadêmicos da ALB/Araripe-CE).

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