Lucélia Muniz
Ubuntu
Notícias, 21 de agosto de 2018
Professor Cláudio de Musacchio
Educador na empresa PORTAL EAD BRASIL. Estudou Mestrado em Educação
na instituição de ensino Universidade Luterana do Brasil. Doutorado em
Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
Muito
antes das redes sociais, do Instagram, whastapp e computadores, havia uma
geração de estudantes que a tudo ouvia e muito pouco refletia. A verdade do
professor era soberana, distinta, única. Detinha toda a informação debaixo do
braço. Seus livros e todo o conhecimento estava numa algibeira debaixo do
braço.
Ano
após ano, as didáticas e pedagogias se repetiam a cada nova turma que enchiam
as salas de aula. As folhinhas já amareladas pelo
tempo eram consultadas todos os anos. Sempre o mesmo conteúdo, as mesmas
inflexões, o mesmo tom imperativo. Os mesmos exercícios e resultados.
Hoje
tudo mudou. A informação não é mais propriedade do docente, os livros e a
Internet se encarregaram de disseminar a informação. E agora professor? Como
arregimentar a atenção de seus estudantes? O que fazer das fichas amarelas
desatualizadas pelo ineditismo criativo dos tempos? Como responder a tantas
perguntas originais?
Hoje
o estudante indaga, questiona, duvida, critica, pergunta o tempo todo. E a
pergunta mais recorrente na sala de aula: - onde isso vai acrescentar a minha
vida? onde usarei este ensinamento para o meu trabalho? O imediatismo da era
moderna que deseja soluções prontas, trabalhadas, finamente ordenadas para seu
entendimento e aplicação.
O
estudante espera praticidade, aplicabilidade, informação que o ajude a entender
seus processos, fluxos, ajudar em suas resoluções. A faculdade precisa ser um
lugar onde os estudantes encontram respostas. O estudante de hoje já traz de
casa e do trabalho as perguntas.
O
docente precisa reaprender que dar aula não é passar conteúdo, é problematizar
a vida complexa de seus estudantes, e se não conseguir resolver seus problemas
imediatos, pelo menos saiba organizar as ações e tarefas para que os estudantes
possam encontrar as soluções, um norte, uma bibliografia, um punhado de
possibilidades.
Se
antes, as salas de aulas estavam distantes das realidades dos estudantes, hoje
esta realidade é latente, provocante, efervescente. A universidade encontrou
finalmente seu espaço na sociedade: é um local que exercita a vida, organiza as
ideias, um lugar de aprendizagem de sentidos e significados. Um laboratório de
testes, onde estudantes e docentes resolvem as questões do dia a dia,
contextualizam seus desafios diários, encontram possíveis saídas. Isto é
estudar, isto é aprender, esta é a razão de ser das instituições de ensino e de
aprendizagem.
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