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Notícias, 09 de julho de 2018
Por
Alan Cordeiro - Trecho de uma etnografia realizada em 2017
Aluno
do 3° ano da EEM Padre Luís Filgueiras, Militante do coletivo Kizomba e
Ativista dos direitos humanos.
(...) falar sobre gênero e
sexualidade nos dias atuais causa
grandes conflitos para alguns indivíduos, pois muitos estão permeados
pelo o etnocentrismo e outros pela a falta de conhecimento acerca do tema. As
pessoas por falta de conhecimento e as vezes ignorância, associaram que quando
falamos de gênero e sexualidade estamos se referindo somente a comunidade LGBT
(Lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais/travestis), ou que estamos querendo
mudar a orientação sexual de crianças e adolescentes, onde sabemos que a mesma
é impossível de ser mudada.
Falar de gênero é falar de homem e
mulher também. Essa falta de conhecimento, que percebemos em vários indivíduos
está relacionada a falta de discussões que os mesmos não tiveram oportunidade
de participar, principalmente no espaço escolar.
Não há como discutir gênero,
sexualidade e educação sem discutirmos também o papel da linguagem como fator
de exclusão. Referir-se a mulheres e a homens sempre na forma masculina, mesmo
quando é superior o número de indivíduos femininos em um grupo escolar, longe
de ser um ato inofensivo, favorece uma construção que privilegia sempre um dos
polos.
Ao analisar esse fenômeno, Louro
(1997) aponta suas raízes nos primeiros anos de escolarização: É
impossível esquecer que uma das primeiras e mais sólidas aprendizagens de uma
menina, na escola, consiste em saber que, sempre que a professora disser que
“os alunos que acabarem a tarefa podem ir para o recreio”, ela deve se sentir
incluída. Mas ela está sendo, efetivamente, incluída ou escondida nessa fala?
Provavelmente, é impossível avaliar todas as implicações dessa aprendizagem;
mas é razoável afirmar que ela é, quase sempre, muito duradoura. É muito comum
que uma profissional, já adulta, refira a si própria no masculino: “eu como
pesquisador...”. Afinal, muitos comentariam, isso é “normal”. Como também será
normal que um/a orador/a, ao dirigir para uma sala repleta de mulheres,
empregue o masculino plural no momento em que vislumbrar um homem na plateia
(pois essa é a norma, já que aprendemos e internalizamos regras gramaticais que
indicam ou exigem o masculino). (Louro, 1997)
Diante desse fenômeno analisado
por Louro (1997), podemos ver o quanto é importante as discussões de gênero
principalmente para desconstruir essa ideia do masculino ser regra universal,
por meio do uso concomitante das formas femininas e masculinas e sua igual
alternância no currículo escolar, já que a precedência de um termo pelo o outro
pode também ser signo sutil de exclusão.
(...) A mídia vem mostrando as
barreiras que as mulheres vêm quebrando ao longo do tempo, mostrando também
que, as mulheres hoje já estão trabalhando em vários setores. As discussões de
gênero e sexualidade quebram quaisquer tipo de pensamentos preconceituosos para
aqueles que ainda não entendem e não tem conhecimento sobre o tema e essas
discussões são importantes na sociedade e principalmente no espaço escolar.
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