Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 28 de junho de 2018
Via Só Escola
Reconhecimento é a melhor forma de estimular alguém: O
Salário não é a principal fonte de insatisfação dos brasileiros dentro das
empresas. Mais do que uma remuneração condizente com o que seria justo pelo seu
trabalho, as pessoas querem ser reconhecidas e valorizadas dentro das
organizações. Ser mais uma peça da engrenagem é um fardo nos tempos atuais,
defende o filósofo Mário Sérgio Cortella.
Docente, educador, palestrante e consultor de empresas, Cortella afirma
que a principal causa da atual desmotivação é a ausência de reconhecimento. E
ela manifesta-se de várias formas: do chefe injusto à falta de valorização em
cada projeto e tarefa. Não é uma questão puramente de promover o elogio
desmesurado, mas uma forma de “dar a energia vital ao funcionário para
continuar fazendo e seguindo em frente”.
É principalmente evitar a mensagem de que “não ser mandado embora já é
um elogio” ou que “o silêncio é a melhor maneira de dizer que está tudo em
ordem”.
Em seu novo livro, Mário Sérgio Cortella fala sobre reconhecimento e de
outras questões que considera inerentes à insatisfação de muitas pessoas hoje
em relação ao próprio emprego. Em “Por Que Fazemos O Que Fazemos” [Editora
Planeta], o professor reflete sobre propósito e por que as pessoas almejam
empregos que conciliam uma satisfação pessoal e a certeza de não realizar um
esforço “inútil” dentro da sociedade. Este tipo de aflição ganha maior
evidência com a geração millennial que passou a almejar um “projeto de vida que
não soe como conformado”, ou seja, do trabalho pelo trabalho.
É sonhar com o trabalho grandioso, com uma rotina que não seja monótona,
com um ‘projeto que faça a diferença’. Por outro lado, é uma geração também que
chega – em parte – com pouca disciplina, que tem ambição e pressa, que vê seus
desejos como direitos – e ignora os deveres.
Todas essas aflições corporativas têm moldado a forma de atuar das
empresas e das pessoas na hora de se associarem a um emprego. Em momentos de
crise econômica, elas ganham um nível de contestação ainda maior. Em entrevista
à Época NEGÓCIOS, Cortella comenta esses dilemas e mudanças, os “senões” de se
fazer o que se ama e por que há uma “obsessão enorme por uma ideia de
felicidade que não existe”:
As pessoas não querem mais somente um salário mais alto, querem acreditar que fazem algo importante, autoral. Por que a necessidade de ter propósito ganhou maior relevância? É uma questão geracional?
Ela
é mais densa e angustiante na nova geração que enxerga muitas vezes na geração
anterior, que a criou, certa estafa em relação ao propósito. É muito comum que
jovens e crianças enxerguem hoje nos pais algum cansaço e até tristeza naquilo
que fazem. O pai e mãe dizem “eu trabalho para sustentar, esse é meu trabalho”.
Há uma grande conformidade. E essa conformidade de certa forma acabou marcando
uma nova geração, a millennial, que traz aí a necessidade de ter algum projeto
de vida.
Eles
não querem repetir um modelo que, embora esforçado, dedicado e valoroso soa, de
certa maneira, como conformado. Hoje há uma aflição muito grande na nova
geração de maneira que se traduz numa expressão comum: “eu quero fazer alguma
coisa que me torne importante e que eu goste”. A geração anterior tinha um
pouco essa preocupação, mas deixou um tanto de lado por conta da necessidade.
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