Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 25 de maio de 2018
Via Carta Capital
Fim dos bloqueios era dúvida, pois não aderiu à proposta justamente a
maior e mais ativa das entidades, a Abcam, que reúne 700 mil trabalhadores. O
acordo fechado entre governo e sindicatos na
noite desta quinta-feira 24 não teve efeitos práticos sobre a greve dos
caminhoneiros, que entra hoje no seu quinto dia seguido. Apesar da trégua de 15
dias acordada pelos representantes dos motoristas, há registros de bloqueios em
estradas em 24 estados e no Distrito Federal.
A
Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que o Rio Grande do Sul lidera no número
de bloqueios, com 74 no total. O Paraná vem logo na sequência, com 72, enquanto
Minas Gerais e Mato Grosso do Sul aparecem com 51 e 42, respectivamente.
Após
uma longa reunião em Brasília na noite de ontem, um grupo de ministro
apresentou as propostas para suspender por 15 dias a greve dos caminhoneiros iniciada na
segunda-feira 21 e que provoca desabastecimento de combustíveis, alimentos,
medicamentos e peças industriais.
O
Palácio do Planalto prometeu acelerar a isenção de impostos para o diesel e
gasolina e dobrar a extensão do corte do preço do diesel nas refinarias
anunciado pela Petrobras (o prazo subirá de 15 dias para 30 dias). Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil,
declarou que 3 das 4 entidades de trabalhadores que participaram do encontro
assinaram um termo de compromisso.
No
entanto, o fim da greve já era dúvida. Quem não aderiu à proposta foi
justamente a maior e mais ativa das entidades, a Associação Brasileira de
Caminhoneiros (Abcam), que reúne 700 mil trabalhadores do setor.
Os
efeitos na vida da população se somam. Além dos contratempos na locomoção
decorrentes dos bloqueios em estradas, a crise dos combustíveis provoca
desabastecimento, falta de gasolina em postos, cancelamento de voos em
aeroportos e alta de preços de produtos diversos. (...)
Em Nova Olinda, no AutoPosto DI, formaram-se filas de carros e motos para conseguir abastecer durante a tarde de ontem.
Alguns comerciantes locais afirmam que o setor alimentício já sofre com alguns reflexos da paralisação. Porém, não podemos ser condizentes com os preços abusivos dos combustíveis e devemos estar apoiando a greve dos caminhoneiros.
Após o movimento dos caminhoneiros, a
Petrobras tem reduzido os preços da gasolina nas refinarias e anunciou o quarto
corte em quatro dias. O preço do litro da gasolina cairá 0,32% a partir deste
sábado 26, passando de 2,0160 reais para 2,0096 reais. Já o preço do diesel
segue congelado em 2,1016 reais, conforme anunciado anteriormente.
Em maio, já foram anunciadas 12 altas e cinco quedas no preço da gasolina. A Petrobras adotou novo formato na política de ajuste de preços em 3 de julho do ano passado. Segundo a nova metodologia, os reajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional, e também do dólar. Na véspera, os preços do barril de petróleo fecharam em queda de mais de 1%; já o dólar fechou em alta de 0,62%.
Apesar do novo anúncio de redução no preço da gasolina nas refinarias, o repasse do corte para o valor pago pelos consumidores nas bombas não é garantido e pode demorar a chegar, uma vez a decisão final é dos postos de combustíveis, que enfrentam uma crise de abastecimento em razão da paralisação dos caminhoneiros.
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