Lucélia
Muniz
Ubuntu
Notícias, 09 de março de 2018
Via Congresso
em Foco
O
Brasil é o último país da América do Sul em presença feminina na Câmara dos
Deputados. Elas ocupam apenas 54 (10,5%) das 513 cadeiras da Casa. O percentual
relega o país à 152ª posição, entre 190 nações pesquisadas, no ranking mundial
da participação das mulheres na política. Os dados foram divulgados na
pesquisa “Estatísticas de gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil”,
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A conclusão é baseada em compilação feita pela União Interparlamentar. No
mundo, as mulheres ocupam, em média, 23,6% dos assentos nas câmaras baixas ou
parlamentos unicamerais.
O
ranking é liderado por Ruanda (61,3%) e traz países como Cuba (48,9%), Suécia
(43,6%) e Argentina (38,1%) bem à frente do Brasil. O IBGE também destaca que,
entre as 28 autoridades que comandavam ministérios em dezembro de 2017, apenas
duas eram mulheres. Esse número diminuiu recentemente com a saída de Luislinda
Valois da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Na
Câmara, três estados não têm nenhuma deputada federal: Mato Grosso, Paraíba e
Sergipe. Entre as três maiores bancadas, é tímida a presença feminina. As
mulheres ocupam apenas 7 (10%) das 70 cadeiras ocupadas por parlamentares de
São Paulo.
Em
Minas Gerais, há 5 deputadas (9,4%) entre os 53 integrantes da bancada. No Rio
de Janeiro, são 6 (13%) entre os 46 fluminenses. Vêm do Norte as duas
representações com maior proporção de deputadas: Tocantins e Amapá têm três
mulheres (37,5%) entre seus oito representantes na Câmara. No Senado, o índice
de presença feminina é um pouco melhor, 16%.
Embora
o país tenha cota de 30% das candidaturas para mulheres, a concentração das
máquinas partidárias nas mãos de homens e a dificuldade no acesso a recursos
financeiros para bancar as campanhas eleitorais são dois dos principais
entraves para aumentar a representatividade das mulheres no Legislativo. O
estudo do IBGE faz um raio-x que mostra o quanto o Brasil ainda fecha portas
para as mulheres, a começar pela disparidade salarial e presença em cargos de
comando.
As
mulheres ganham em média três quartos do salário dos homens. De acordo com a
pesquisa, mesmo com escolaridade superior à dos homens, o rendimento médio
mensal entre as mulheres é de R$ 1.764. Entre eles, essa média sobe para R$
2.306.
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