23/02/2018

TEREMOS O NOVO ENSINO MÉDIO EM 2018?

Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias, 23 de fevereiro de 2018
Via SOS Professor
A resposta é não. Não teremos a implantação do “Novo Ensino Médio” agora em 2018. Isso porque, apesar de sancionada em fevereiro de 2017, a implantação do “Novo Ensino Médio”, depende, principalmente, da conclusão e homologação da Base Nacional Comum Curricular para essa etapa.

Segundo previsão do Conselheiro do CNE, a reforma do Ensino Médio deverá chegar às escolas somente em 2021.

Nesse momento, você pode se perguntar:  Mas o BNCC não foi homologado no finalzinho de 2017?

Realmente, o Ministro da Educação, homologou a Base Nacional Comum Curricular. Publicada em 20.12.2017 no Diário Oficial, a BNCC passou a valer em todo o país. Mas a BNCC homologada refere-se apenas à Educação Infantil e Ensino Fundamental. O Ensino Médio ficou de fora.

Todavia, apesar de ainda parecer distante, o fato é que o “Novo Ensino Médio” chegará e a pergunta que fica é: como podemos nos preparar para essa mudança?

A resposta a essa questão não poderia ser outra senão planejamento.
Não há dúvidas que a reforma do Ensino Médio demandará grande capacidade de planejamento das escolas, uma vez que as atingirá como um todo.

CARGA HORÁRIA
A título de exemplo, podemos citar o aumento da carga horária que, por si só, impactará em vários pontos a estrutura ensino-aprendizagem. O mínimo de 800 (oitocentas) horas, distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar “deverá ser ampliada de forma progressiva para 1.400 horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de 5 anos, pelo menos 1000 horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de 2017” (LDB, art. 24 I e Parágrafo 1º.)

Em outras palavras, até o final de 2022, as escolas de Ensino Médio deverão aumentar a carga horária do curso em 200 horas, o que representa 1 hora a mais por dia!

GRADE CURRICULAR
Com a flexibilização da grade curricular, permitirá que o estudante escolha uma área de conhecimento para aprofundar seus estudos. De acordo com o MEC, a nova estrutura, conta com uma parte comum e obrigatória e todas as escolas, como prevê a BNCC e outras com os itinerários formativos.

No centro das mudanças propostas pelo novo ensino médio, está o currículo mais flexível. Serão permitidos diferentes arranjos curriculares, considerando as únicas disciplinas obrigatórias durante todo o Ensino Médio: matemática, língua portuguesa e língua inglesa, e as cinco áreas do conhecimento: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional.

Assim, enquanto a parte obrigatória do currículo deve ser assegurada em todos os sistemas estaduais de ensino, a parte relativa aos itinerários formativos pode ser oferecida conforme critérios próprios e condições específicas de cada sistema, o que permite que apenas uma das cinco áreas seja ofertada.

REFORMA E GESTÃO ESCOLAR
Considerando as mudanças propostas pela reforma do Ensino Médio, que ainda sofrerá o longo processo de implementação, adequação do material pedagógico, formação de professores/as e, dessa forma, levará cerca de 4 anos até chegar nas salas de aula, surge o questionamento: quais são os principais aspectos que devem impactar a gestão escolar, sobretudo com a inserção da reforma?

Por exemplo, se a escola pretende ofertar itinerários formativos na área de biológicas, deverá traçar um plano de como preparar sua estrutura física e humana para permitir este sucesso. Se pretende ofertar itinerários formativos na área das exatas, deverá encontrar também estruturas de laboratórios, equipamentos e humanas que pavimentem esta estrada.

MUDANÇAS NA PRÁTICA
A reforma do Ensino Médio tem muito o que avançar e preencher algumas lacunas, tanto nos aspectos fundamentais quanto operacionais, pois ainda não há um plano de implantação, e a reforma corre o risco de ficar no papel.

Além disso a educação brasileira infelizmente, fica muito dependente das administrações da vez. Com as eleições de 2018, este cenário fica ainda mais nebuloso.

De todo modo, há formas de colocar em prática: com atribuições de responsabilidades, definição de metas, processos, cronogramas e recursos. Se isso for feito, temos mais chances de começar as mudanças.

Roseli Brito
Pedagoga - Psicopedagoga - Neuroeducadora e Coach
http://www.ubuntunoticiasce.com.br/2017/08/ubuntu-noticias-oferecimento.html

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