Desde que os navios aportaram
Na terra do pau vermelho
Os nativos que aqui habitavam
Sentiram o que era medo.
E de escambo em escambo
O índio que era dono
Passou a condição de sem-terra.
O negro escravizado
Sob o açoite dos chicotes
Já chegaram de mãos vazias
Com seus direitos usurpados
Isso pra sustentar uma elite
Dos ditos “abençoados”.
Abençoados de riquezas
De terras com limites sem fim
Que ainda mandaram nossas
riquezas
Para fora do Brasil.
Gente!
A escravidão só mudou de nome.
Ainda escuto o chicote
açoitar.
É nos direitos perdidos
Falta de assistência social
Na comida que não tem na mesa
Na Universidade que não posso
cursar.
Tem sonho que a gente sonha,
Vira até pesadelo
É só a gente acordar.
Desçam do topo da pirâmide,
Venham aqui negociar.
Devolvam nossos direitos
Para uma vida com dignidade
A gente levar.
Sou Negra,
Sou Índia,
A minha história
Não está nos livros.
Faço parte de uma nação
Que tem uma dívida tão grande
Isso aqui é o Brasil!
Lucélia Muniz da França
Nova Olinda-CE, 05 de Abril de 2017.
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