Empoderamento feminino?
Por Michelle
Magrini1 e Ana Luiza Bruno2
1. Cientista social em formação, editora de conteúdo para redes
sociais por acaso, ativista por convicção, ainda nômade por natureza.
2. Mãe,
animadora cultural, ativista pelos direitos humanos, das mulheres e infância.
EMPODERAMENTO FEMININO
- Termo que tomou as capas de revistas, manchetes de jornais e levantou o
debate urgente: a necessidade de promover a equidade de gênero e combater a
violência contra a mulher, em suas múltiplas formas, que ultrapassam a violência
física.
Uma
mulher é agredida quando tem que escutar calada as cantadas obscenas de
desconhecidos em espaços públicos. É agredida quando é puxada pelo braço ou
pela cintura na balada contra a sua vontade. Agredida quando seu salário é
menor do que o do colega homem que exerce a mesma função. Quando precisa pensar
duas vezes antes de sair na rua sozinha. Uma mulher é agredida quando sua
opinião é desacreditada apenas por ser a opinião de uma mulher.
O
movimento que ficou conhecido como Primavera das Mulheres ganhou as ruas, a
mídia e as redes sociais por meio de atos em defesa do direito das mulheres,
com diversas agendas de reivindicações. O empoderamento surge quando há empatia
entre mulheres, revelando-se a sonoridade: um pacto de reconhecimento entre
mulheres, sendo uma dimensão ética, política e prática do feminismo
contemporâneo. É o que faz uma mulher dirigindo avistar outra na rua,
caminhando, à noite e oferecer carona, ajuda, apoio ao menor sinal de perigo.
Fica
claro que se trata de um fenômeno eminentemente coletivo e de caráter
abrangente. "Nenhuma mais a ser violentada!" ou "Mexeu com uma,
mexeu com todas!" é o grito dessas mulheres. O empoderamento feminino é o
que você pode fazer para fortalecer mais mulheres a serem livres e terem voz
para decidir - sobre seus corpos, seus gostos, seus atos, enfim, sobre si
mesmas.
Sem
dúvida o movimento pela humanização dos nascimentos é um exemplo desta nova
forma de fazer feminismo, promovendo a informação para que as mulheres possam
ter mais escolhas sobre processos que são exclusivos de seu corpo e que ficaram
há anos relegados ao domínio médico-masculino, como gestação, parto e
amamentação.
Iniciativas
em favor do empoderamento feminino como a recente aprovação da Lei do
Feminicídio no Brasil, que torna crime hediondo o assassinato de mulheres
apenas por serem mulheres; a promoção dos princípios de empoderamento de
mulheres criados pela ONU em 2010 para o setor empresarial; ou levar 7 milhões
de estudantes brasileiros a pensar o tema "A persistência da violência
contra a mulher na sociedade brasileira", como fez o ENEM em seu tema de
redação em 2015, devem ser fortalecidas.
O
empoderamento feminino é o inverso do silenciamento e da apatia. "Nós
percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciadas" Malala
Yousafzai, prêmio Nobel da Paz, ativista em defesa dos direitos humanos das
mulheres e do acesso à educação.
Minhas Considerações
Neste
08 de março, não se limite a aceitar flores, chocolates e mensagens, exija uma
mudança na forma como você é tratada, exija respeito; dê um basta na violência
seja física ou psicológica; denuncie agressores, não apoie iniciativas ou
posturas que nos diminua e inferiorize enquanto seres humanos. Muito mais que
flores ou mensagens, precisamos de políticas públicas que nos protejam de forma
efetiva – aja visto que em muitos casos, mesmo quando uma mulher denuncia a
violência doméstica, por exemplo – acaba pagando com a própria vida...
Esta
não deve ser uma reflexão a ser feita apenas no 08 de março – Dia Internacional
da Mulher – mas, diariamente onde quer que estejamos. Para a escritora
nigeriana - Chimamanda Adichie – “há
muita hostilidade à ideia do feminismo. O mundo é sexista e a misoginia é
praticada tanto por homens quanto por mulheres.”
Somos
muito mais e somos ainda mais quando estamos de posse de nossos direitos e
conscientes de nossos deveres enquanto cidadãs.
Lucélia Muniz
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