A
ex-primeira-dama e mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa
Letícia Lula da Silva, 66, teve morte cerebral na quinta-feira (2) em razão de
complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico.
Via UOL
Origem humilde
Filha de agricultores de ascendência italiana, Marisa nasceu em uma casa
de pau-a-pique, no bairro dos Casa, sobrenome de seu avô, que tinha um sítio no
interior de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Ainda
criança, mudou com a família para o centro da cidade e aos 13 anos passou a
trabalhar embalando bombons Alpino na fábrica de chocolates Dulcora. Aos nove,
havia sido babá das sobrinhas do pintor Candido Portinari.
Deixou o emprego para casar, aos 19 anos. Seis meses depois, o marido, taxista, foi assassinado a tiros em uma tentativa de assalto, deixando a jovem viúva grávida de quatro meses do seu primeiro filho, Marcos. Ela conheceu Lula, também viúvo, em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. Ele trabalhava no Serviço de Assistência Social do sindicato quando Marisa foi buscar um carimbo para recolher a sua pensão como viúva. Os dois começaram a namorar e casaram-se menos de um ano depois.
Deixou o emprego para casar, aos 19 anos. Seis meses depois, o marido, taxista, foi assassinado a tiros em uma tentativa de assalto, deixando a jovem viúva grávida de quatro meses do seu primeiro filho, Marcos. Ela conheceu Lula, também viúvo, em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. Ele trabalhava no Serviço de Assistência Social do sindicato quando Marisa foi buscar um carimbo para recolher a sua pensão como viúva. Os dois começaram a namorar e casaram-se menos de um ano depois.
Marisa acompanhou Lula desde o início de sua vida política, durante as greves de operários no ABC paulista no fim dos anos 1970 – ele tornou-se presidente do sindicato um ano depois do casamento, em 1975. Ela foi a responsável por costurar a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores. "Eu tinha um tecido vermelho, italiano, um recorte guardado há muito tempo. Costurei a estrela branca no fundo vermelho. Ficou lindo." Na época, estampava camisetas com a estrela símbolo da sigla para arrecadar fundos para o partido e chegou a cadastrar as pessoas na rua, buscando convencê-las da importância de montar um partido dos trabalhadores.
Em 1980, em plena ditadura, quando Lula e diversos sindicalistas foram detidos no Dops (Departamento de Ordem Política e Social) devido às greves, liderou uma marcha só com mulheres em protesto pelas prisões políticas. "Hoje parece loucura. Fizemos uma passeata das mulheres em 1980, quando os dirigentes sindicais estavam presos. Encheu de polícia. Os homens queriam dar apoio, mas dissemos não. Fizemos só com as mulheres, eu de mãos dadas com meus filhos à frente", lembra em entrevista à Fundação Perseu Abramo, em 2002.
Em
1º de janeiro de 2003, tornou-se primeira-dama após o marido concorrer à Presidência
quatro vezes, em 1989, 1994 e 1998. Passou a aparecer mais em palanques
ao lado de Lula durante a campanha de 2002.
Junto
com o crescimento do PT, Marisa passou por um processo de mudança, sob a
orientação do publicitário Duda Mendonça. Ganhou um guarda-roupa novo, em que
terninhos ganharam espaço, e um corte de cabelo mais curto.
[...]
Nascida
Marisa Letícia Casa, assumiu o sobrenome Silva ao se casar com Lula. Quando o
ex-presidente incorporou o apelido a sua assinatura, passou também a assinar Marisa
Letícia Lula da Silva. Para o ex-presidente, no entanto, a mulher era apenas
"galega", apelido pelo qual a chamava desde que começaram a namorar,
nos anos 1970.
Costumava dizer que foi pai e mãe dos filhos, a quem se dedicou enquanto o marido avançava na vida pública. Cuidava sozinha do apartamento em que a família vivia em São Bernardo. "É ela quem manda. E ele obedece. Dona Marisa se dedica a Lula e à família inteira. É o alicerce de Lula", definiu o cardiologista e amigo da família, Roberto Kalil, médico de Lula há 30 anos, em entrevista ao jornal O Globo em 2011, quando o ex-presidente teve a cabeça raspada pela mulher durante o tratamento de câncer contra a laringe a que se submeteu.
Algumas mensagens foram deixadas em rede
social em respeito à família de Dona Marisa:
A Senadora Gleisi Hoffmann postou: “Hoje é um dia de muita tristeza para todos os brasileiros. Perdemos nossa querida e eterna primeira dama. Dona Marisa nos deixou num momento muito difícil para o país, mas enquanto esteve ao lado do presidente Lula foi exemplo de força e coragem. Mesmo diante das adversidades e da perseguição implacável que sofreram, ela se manteve firme, serena e nunca desistiu de lutar, junto com Lula, por um país mais justo e fraterno. Perdemos uma grande estrela hoje, mas sua coragem sempre será lembrada por todos nós. Meu carinho e solidariedade ao presidente Lula. #ForçaLula #ForçaLulaeFamília
Ainda na quinta-feira (2) o ex-presidente Lula
postou em sua página no facebook: “A
família Lula da Silva agradece todas as manifestações de carinho e solidariedade
recebidas nesses últimos 10 dias pela recuperação da ex-primeira-dama Dona
Marisa Letícia Lula da Silva. A família autorizou os procedimentos preparativos
para a doação dos órgãos.”
O Deputado José Guimarães deixou uma nota de
pesar: “Externamos os mais profundos
sentimentos pela passagem da ex-primeira-dama Marisa Letícia que faleceu nesta
quinta-feira. Os exemplos de luta, determinação e companheirismo de Marisa são
inspiradores para todas as mulheres, de todas as gerações. Descanse em paz,
Dona Marisa Letícia.
Grato pelos seus serviços prestados ao país, aos seus familiares e amigos. Lula e Marisa formaram um casal inseparável, que sempre enfrentou as adversidades da vida com muita sintonia, sensibilidade, determinação e amor. Que Deus conforte a todos os familiares, amigos e, em especial, ao companheiro Lula, os seus filhos e netos. Um abraço amigo e fraterno.”
Grato pelos seus serviços prestados ao país, aos seus familiares e amigos. Lula e Marisa formaram um casal inseparável, que sempre enfrentou as adversidades da vida com muita sintonia, sensibilidade, determinação e amor. Que Deus conforte a todos os familiares, amigos e, em especial, ao companheiro Lula, os seus filhos e netos. Um abraço amigo e fraterno.”
Sobre as mensagens de ódio compartilhadas nas
redes sociais, só tenho algo a enfatizar, mais humanidade... precisamos de mais
humanidade... RESPEITO!
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