“Anel de
Tucum é sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem
carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as suas
consequências”.
Historicamente
falando, o Anel de Tucum nasce no tempo do Império do Brasil. Enquanto a
realeza usava joias de metais e ouro, os escravos e índios, sem acesso a esses
materiais, criaram o Anel do Tucum. Tucum é uma Palmeira comum na Amazônia.
Fizeram,
então, desse objeto rústico um símbolo de amizade entre si, pactos matrimoniais
e, também, de resistência na luta por libertação. Desse modo, o anel de Tucum era um símbolo cuja linguagem, só
eles conheciam. Um símbolo secreto da amizade deles e de suas lutas cotidianas.
Mais tarde, os cristãos passam a ter no Anel de Tucum um símbolo de fé e
compromisso.
Especialmente com a Teologia da Libertação, nos anos 60, quando o
apelo às causas dos mais pobres e abandonados começa a crescer, não só no
Brasil como também em nossa América Latina. Tivemos, portanto, nesse período um
grupo grande de pessoas dedicadas à luta dos mais fracos, o que rendeu muitos
testemunhos e martírios.
Dom Pedro Casaldáliga é um exponente que nos retrata essas lutas.
Esse ilustre Bispo Profeta, num Filme sobre o Anel de Tucum, nos apresenta o
significado do anel com essas palavras: “Anel de Tucum é sinal da aliança com a
causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que
assumiu essas causas. E, as suas consequências”. Dizendo isto, lança o convite:
“Você toparia levar um anel? Topa?”.
As causas de ontem se encontram com as causas de hoje. Nossas lutas
mudaram de cenários e nomes e os pobres ainda continuam excluídos e oprimidos.
Por isso, o anel de Tucum quer simbolizar uma fé engajada, um compromisso com
os pobres, com os sem voz e os sem vez, um compromisso com a VIDA!
Jesus nos revela que Deus está ao lado dos pobres e quer promover sua dignidade, no rosto do pobre encontramos o rosto de Deus. “Na verdade vos digo: toda vez que fizestes isso a um desses mais pequenos dentre meus irmãos foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, 40). Portanto, se nos comprometemos às causas dos preferidos de Deus é com Ele que nos comprometemos!
Pe. Lucas Emanuel, C.Ss.R
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