(...)
A segunda-feira era
O dia mais esperado,
Um cordel sempre comprava
Era um presente sagrado,
A leitura era certa
Aquilo tudo era festa,
Momento santificado.
Eu ficava bem feliz
Ele mais feliz ainda,
Os cordéis que ele trazia
Continham histórias lindas,
Assim, eu me preparava
Depois que todos jantavam
A história era vinda.
(...)
[ trecho do poema A
leitura e a escrita no meu tempo de infância]
O Cordel “A Arte da Educação e
as conquistas do Viver” é de autoria da Professora novolindense Flávia Nonato.
Lançado no município de Brejo Santo no mês de outubro, local onde a professora
reside atualmente.
Na apresentação da obra a
mesma destaca que “é um trabalho que
ajudará a valorizar e entender melhor a arte da literatura de cordel,
permitindo-lhes inspirar-se e comprazer-se com os poemas nele apresentados.
Essa obra é direcionada a todos os admiradores dessa arte popular... aos
apaixonados pela leitura e aos que ainda não descobriram o quão prazeroso é
navegar nessas aventuras, afirma a Professora Flávia Nonato.
O cordel é composto dos
seguintes poemas: Bragança aqui do Brejo, Projeto: animais da caatinga,
Conquista [Ao Roberto, com carinho], BrejEDUCA, Doce lembrança, Infância, A
leitura e a escrita no meu tempo de infância, O João no Shopping e O João no
Teatro.
AUTOBIOGRAFIA
Flávia Nonato de Souza
Araújo. Sou da cidade de Nova Olinda-CE, mas atualmente resido na cidade de
Brejo Santo, onde trabalho como Assessora Pedagógica na Secretaria de Educação.
Sou professora formada em Letras pela Universidade Regional do Cariri-URCA em
2009 e Pós-graduada em Gestão Escolar pela Faculdade de Juazeiro do Norte-FJN
em 2014. Filha de Francisco Nonato de Souza e Aldenir Maria de Souza, casada
com Roberto e mãe de João Pedro.
Aprendi a gostar de cordel
desde criança. Quando meu pai que sempre ia à feira de Crato, vender farinha
por ele produzida na serra do Araripe onde morávamos trazia um cordel para ser
lido a noitinha, após o jantar. As narrativas sempre nos emocionavam muito e
era um momento muito rico vivido em família. Com isso, fui aprendendo a ler e
escrever.
Costumo dizer que meu pai foi
meu alfabetizador, pois apesar de não ser alfabetizado, conseguiu de uma
maneira mágica conduzir-me nesse processo de desenvolvimento da leitura e
escrita. Ele sempre me pedia para escrever as cartas para minha irmã que morava
em Fortaleza e assim acontecia. Ele ditava, eu escrevia, levava aos correios e aguardávamos
sempre ansiosos a resposta que demorava bastante a chegar.
Hoje, continuo lendo para
ele, principalmente as poesias do poeta Patativa. O livro Cante lá que eu canto
Cá, reúne uma série de poemas com que ele se identifica muito, porque Patativa
do Assaré foi o porta voz do homem da roça. Pois:
A vida nem sempre segue
A nossa própria vontade,
Mas não sejamos ingratos
E vivamos de verdade,
Pois ela é sempre perfeita
Naquilo que quer se ajeita,
É só não ter vaidade!
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