O primeiro
relatório da Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher (PCSVDFMulher), coordenada pelo Prof. José Raimundo Carvalho,
do Programa de Pós-Graduação em Economia (CAEN) da Universidade Federal do
Ceará, em parceria com o Instituto Maria da Penha, será lançado no dia 8 de
dezembro, às 19h30min, no Hotel Mareiro, em Fortaleza.
O anúncio
foi feito dia 18 de outubro pelo Reitor da UFC, Prof. Henry de Holanda Campos,
em encontro com a ativista Maria da Penha Fernandes, o Prof. José Raimundo
Carvalho e as coordenadoras do Instituto Maria da Penha Claudia Fernanda e
Conceição de Maria.
Maria da
Penha Maia Fernandes, fundadora do Instituto que leva seu nome, tem grandes
expectativas com relação aos resultados do levantamento, por entender que vai
mostrar e consolidar a tese de "como é grandiosa a violência contra a
mulher". Ela diz ainda que a lei que tem seu nome e completou 10 anos em
2016, segundo pesquisa recente, é conhecida por 98% das mulheres.
Admite, no
entanto, que somente a existência da lei não acaba com a violência contra a
mulher e lamenta que em muitos municípios brasileiros ainda não existam os
instrumentos capazes de viabilizar a legislação. "Falta boa vontade do
poder público", complementa. Para Maria da Penha, a cultura de violência
contra o sexo feminino só terá um fim por meio da educação em todos os níveis
de escolaridade.
A pesquisa
ouviu 10 mil mulheres nos nove estados do Nordeste e, segundo o Prof. José
Raimundo Carvalho, a receptividade com relação ao acolhimento das
entrevistadoras foi em torno de 93%. "Optamos por trabalhar com
pesquisadoras do sexo feminino por acharmos que as mulheres entrevistadas
ficariam mais à vontade para responder às indagações, pois há no questionário
algumas perguntas sensíveis", explica o professor.
Oficialmente
lançada em agosto de 2015, a pesquisa foi operacionalizada pela empresa
Datainfo, escolhida por meio de licitação. As 280 entrevistadoras passaram por
capacitação com professores da UFC, que incluiu palestras sobre temas como
ética na pesquisa, violência contra a mulher e também aulas técnicas sobre
coleta de dados.
O relatório
que será apresentado no dia 8 de dezembro terá sequência em programação ao
longo do dia 9, por meio da realização de painéis com convidados da Escola de
Economia de Toulouse (França), do Banco Mundial, do Instituto Maria da Penha de
Recife (PE) e da UFC.
Fonte: Coordenadoria de
comunicação da UFC.
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