No propósito de preservar as conquistas democráticas do povo
brasileiro, diversas entidades, entre as quais o Centro Cultural Manoel Lisboa,
Centro de Direitos Humanos do MP de Pernambuco, CUT, MST, Grupo “Tortura Nunca
Mais”, “Associação dos Anistiados Políticos”, “Pastoral da Terra”, promoveram
recente evento, no auditório do Centro de Direitos Humanos do Ministério
Público de Pernambuco, situado na avenida Visconde Suassuna, Recife.
Este encontro teve na presidência o sociólogo Edival Cajá. Fazendo
parte da mesa diretora dos trabalhos, usou da palavra o Promotor de Justiça
Westei Conde: “Uma das mais
relevantes funções outorgadas pela Constituição Federal de 1988 foi a defesa
dos postulados democráticos”.
Edival Cajá na sua fala: “O golpe desfechado contra o
mandato da presidente Dilma Rousseff agride a democracia. Sempre estaremos
vigilantes na resistência, ontem desafiando a ditadura militar, e hoje aos
golpistas que se fantasiam de democratas”.
Com a palavra Anacleto Julião: “Seremos vigilantes contra os
golpistas”. O escritor e ex-deputado federal constituinte Agassiz Almeida
destacou: “O que sempre nos moveu como homem público foi a flama da resistência
e da indignação contra as elites do país, uma das mais egoístas e
corporativistas do mundo.
Por décadas, e até séculos, sangram o povo brasileiro e se
instrumentalizam no espetáculo da mentira e do cinismo. Mentem deslavadamente.
Berram: “Que carga tributária pagamos!” Oh, só os assalariados e o consumidor
final suportam todo o fardo tributário do país. Berram que são democráticos.
E, no entanto, articulam maquiavélico golpe desfechado por
estas forças: A econômica financeira com a nomeação de Joaquim Levy para
ministro da Fazenda. Ele provocou em menos de sessenta dias de sua posse a
inflação, o desemprego e o aumento das tarifas públicas. O pior, liberou o
câmbio e consequentemente o dólar disparou, quando o país possuía reserva
cambial em torno de 300 bilhões de dólares. Com isto, a nação foi sacudida por
um caos sociopolítico.
Na fase seguinte do golpe designou-se o juiz da operação
Lava-Jato com poderes absolutos de degradar o governo Dilma Rousseff e o Partido
dos Trabalhadores, com prisões de seus líderes e empresários. Deste juiz,
perguntamos: alguma sentença dele foi reformada? Quem afinal foram os
estrategistas deste maquiavélico plano?
A terceira etapa executou-se com os poderosos órgãos de
divulgação manipulando difamante carga informativa contra integrantes do
governo Dilma e seus apoiadores. E como epílogo final desta ópera bufa
desferiu-se o bote congressual comandado por Eduardo Cunha, um meliante
internacional.
Paremos um pouco. O que se assiste? 54 milhões de
brasileiros golpeados pelas forças mais retrógadas deste país. Lancemos estes
espertalhões golpistas na lata do lixo da história. Olhemos os vultos que
tombaram no chão da posteridade e nos legaram lições de resistência
democráticas, como Clodomir dos Santos Morais. Ele veio para a vida lá dos
rincões de Santa Maria da Vitória, Bahia. Carregou logo cedo na sua saga pelo
mundo uma profunda visão dos entrechoques humanos.
Ninguém abraçou com mais vigor a luta dos camponeses das
Américas aos da África do que Clodomir Morais. Aos camponeses de todo o mundo ele
deixou este imperativo clamor: “Ocupem as terras, resistam e produzam”.
Como ensaísta projetou-se com estas obras: “A teoria da
organização” e “O dicionário da reforma agrária para a América Latina”.
Da vida partistes, oh companheiro Clodomir Morais, mas
deixastes nos caminhos as marcas de um valente pelos seculum seculorum. Encerrando
este evento, a professora Analice Rocha de Araújo expôs o documentário acerca
do projeto “Adote uma memória, construa
a sua história”.
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