Mensagem ao ministro Ricardo Lewandowski,
presidente do STF
Para
onde querem levar este país? Lá no mundo mitológico Caos, deus da desordem,
falou: Querem incendiar a nação e levá-la a uma ditadura imprevisível movida
por um tresloucado maniqueísmo: eu sou Cristo e o meu adversário Lúcifer.
Ante
este entre choque, sobressalta-se o povo brasileiro.
Disto
tudo, agravado por uma crise mundial e um furor político em que se acumpliciam
a incompetência de uma gestão e a irresponsabilidade de uma oposição quixotesca
sem um Projeto Brasil, o país queda-se sem rumos.
Assiste-se
a um teatrão. Shakespeare nele se perderia na criação de seus personagens,
embaralhando Macbeth e Eduardo Cunha, Hamlet com Pesão.
Face
a este cenário surrealista que caminho encontrar? Erige-se um semideus da
moralidade, em torno de quem a justiça é o princípio e o fim; suas decisões despejadas
do Olimpo, contra elas não existem apelações ou habeascorpus.
Como
um impacto divulgatório deste autoritarismo adentra-se pelos lares de milhões
de brasileiros, uma poderosa mídia televisiva e lança sobre a nação 24 horas de
carga informativa com escândalos e tragédias.
Que dramalhão
midiático! Expõe nomes e rostos de acusados à execração pública.
Repete
por dias e meses orquestração massacrante, numa verdadeira trama novelesca de que
um ex-presidente presenteou há 40 anos sua amante; outro ex-presidente adquiriu
um apartamento tríplex e sítio no interior de São Paulo. Por epílogo, espetaculariza
decisões autoritárias do juiz da LavaJato.
Ministro
Ricardo Lewandowski, como membro do Ministério Público asseguro que o juiz coordenador
da LavaJato atropela afrontosamente a legislação penal, confundindo crimes de
enriquecimento ilícito e delitos eleitorais. A ação delituosa se tipifica pelos
fins objetivados pelo agente do crime.
Olhemos
a história. Lembrai-vos de 1954, 1961 e 1964. Na ditadura militar um major do
exército, cheio de poder e prepotência, ordenava o comparecimento forçado do ex-presidente
Juscelino Kubitschek a uma guarnição militar; meio século depois, um juiz de 1º
grau comandando uma operação investigativa baseada em “delações premiadas”
arrancadas de atemorizados prisioneiros, com tentáculos que alcançam até
compras de barcos, fogões e presentes para crianças, determinou numa decisão
rocambolesca a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor numa
delegacia de polícia.
Que ópera-bufa
se assiste, ontem como hoje!
Esta
operação LavaJato me lembra a obra de Charlie Chaplin “O grande ditador”, na
qual retrata a ira de um juiz que em meio a dezenas de acusados, lança as suas
sentenças só contra um deles.
Esta
interrogação perturba a nação: A corrupção para fins eleitorais só grassa no
PT, nos outros partidos, não?
E
nesta parafernália o país é sacudido por um ruído esquizofrênico vindo de São
Paulo provocado por promotores de justiça, a se desandarem nesta excrescência, peticionam
pela prisão do ex-presidente Lula.
Olhemos
as lições que a história nos legou.
Cessem
a volúpia encarniçada pelo poder, antes que um furacão arraste a nação a uma
guerra fratricida.
Cessem
de inflamar o povo brasileiro ao ódio, levando-o às ruas para o desaguar de
paixões desenfreadas.
Do
ódio e do fanatismo explodem as guerras civis.
Nota: Agassiz Almeida é escritor, ativista dos direitos
humanos, deputado federal constituinte de 1988, promotor de justiça aposentado,
autor de obras clássicas da literatura brasileira sobre o elitismo e o
militarismo. É considerado pela crítica como um dos grandes ensaístas do país.
(Dados colhidos no Google e na Wikipédia).
Obs.: Cristovam Buarque e Agassiz Almeida estão
escrevendo este livro: “Por que o Brasil ainda não deu certo”.
0 comments:
Postar um comentário
Deixe seu comentário mais seu nome completo e localidade! Sua interação é muito importante!