“Sou igara nessas águas
Sou a seiva dessas matas
E o ruflar das asas de um beija-flor!”
Ontem (21) passamos pelo
segundo dia da Formação em Ensino de História e Cultura Afro Indígena Cearense
realizado pela 18ª CREDE.
Logo pela manhã acompanhamos
a Palestra – Negritude, Identidade e Luta com o Prof. João Luiz do Nascimento
Mota da URCA – Universidade Regional do Cariri. O mesmo destacou sua experiência
a partir de sua vivência em São Tomé e Príncipe de onde tem nacionalidade (está
no Brasil a 30 anos). Falou sobre o processo de escravização dos negros no
continente africano, ressaltando as peculiaridades culturais de cada país deste
continente e afirmou: “Não existe uma
África, mas várias Áfricas.” Na oportunidade definiu e explicou o que é
Negritude. E, destacou a contribuição de pensadores negros no processo de
libertação e conscientização dos movimentos referenciados pela Negritude.
Em seguida assistimos a
Palestra – Personalidades Negras que mudaram o mundo com o Prof. Nicolau Neto
da EEEP Wellington Belém de Figueiredo. O Prof. Nicolau Neto fez um relato e
considerações acerca do trabalho desenvolvido em sala de aula pelos professores
da área de Humanas com as atividades voltadas para o estudo das personalidades
negras. Lembrou que os alunos não conseguiam, inicialmente, identificar essas
personalidades, tendo uma visão pautada na mídia. Dentre as personalidades
citadas pelo mesmo, destacou Abdias do Nascimento. Uma das ações desenvolvidas
pelo Professor foi o lançamento da Série Personalidades Negras que mudaram o
mundo em seu blog pessoal – Informações em Foco (IF) – onde os alunos puderam
acompanhar estas postagens.
O Prof. Marcos Ramos
ministrou a Palestra – Pesquisa sobre a comunidade de Poço Dantas. Prosseguiu
sua fala dizendo como se deu o processo de colonização do Cariri. Enfatizou que
existem outros cariris identificados em outras regiões, sendo a nossa região
apenas o vale dos cariris. Dentro da chamada Confederação dos Cariris falou
sobre a “Guerra dos Bárbaros” -um Movimento de resistência de indígenas
brasileiros da nação Cariri (ou Kiriri) à dominação portuguesa. “Cariri”
significa tristonho, calado, silencioso. Capistrano de Abreu (historiador
cearense) os descreve como “valentes e de terrível resistência talvez os de mais
persistência que os portugueses encontraram. Em pesquisa feita na comunidade de
Poço Dantas juntamente com os alunos, identificou descendentes indígenas, suas características
culturais e sociais, bem como, o uso do sobrenome Cariri presente no nome de
algumas pessoas.
A Palestra sobre o Projeto
Ecos do Caldeirão foi ministrada pelo Pe. Vileci. O mesmo destacou a importância
de se criar uma Teia da Sustentabilidade no Cariri. A ideia de sustentabilidade
passando pelas esferas religiosa (de forma ecumênica), social e econômica. O
Projeto tem a pretensão de articular a Teia da Sustentabilidade e contribuir
com o Desenvolvimento Regional. Sustentabilidade, tendo em vista a sociedade do
Bem Viver, considerando que a Igreja é uma grande defensora de homens,
mulheres, idosos, jovens e crianças, no campo e na cidade, sobretudo os mais
excluídos e marginalizados da sociedade. O Projeto compreende a criação de
unidades de produção ecológica demonstrativas e ampliação da reaplicação de
práticas sustentáveis.
Este foi um momento de um
aprendizado riquíssimo que irá dá embasamento e empoderamento para
desenvolvimento de projetos, ações e atividades voltadas para o nosso
(re)conhecimento enquanto nossas raízes negras e indígenas.
Professora Lucélia Muniz
Área de Ciências da Natureza
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