A segunda homenageada da Série
Mulheres que inspiram é Samara Macêdo Diniz.
Samara Macêdo Diniz
Mestre em Gestão e Avaliação
da Educação Pública (UFJF/MG);
Diretora Geral – EEFM Padre
Luis Filgueiras – Nova Olinda – CE.
ENTREVISTA
Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais
conquistas alcançadas pelas mulheres?
Samara Macêdo Diniz - Historicamente, nós mulheres fomos levadas a nos
perceber como frágeis e delicadas, e, portanto, inferiores aos homens, “seres
providos da força” que nos levaram a crer que nos faltava. Diante dessa
constatação, percebo que a nossa maior conquista foi sair da posição de
fragilidade e assumir o nosso lugar nesse mundo, e não me refiro apenas ao fato
de trabalharmos fora ou ao grande número de mulheres que hoje assume posição de
chefia nas empresas e outros setores, mas ao fato de tomarmos as rédeas da
nossa vida e passarmos a protagonizar a nossa história com coragem, que em
minha opinião, é a maior qualidade que temos.
Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher?
Samara Macêdo Diniz - Certamente, a que citei anteriormente. Não há nada
mais gratificante que poder ser protagonista da minha vida, ser “senhora das
minhas vontades” e poder viver intensamente as múltiplas facetas de ser quem
sou: mãe, esposa, trabalhadora, estudante, ser mulher. Dar conta de ser tudo
isso além de ser uma grande conquista é uma deliciosa aventura.
Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas
mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no
contexto socioeconômico.
Samara Macêdo Diniz - Uma das situações que considero inadmissíveis na era
em que vivemos é o fato das mulheres que recebem menores salários quando ocupam
as mesmas funções que os homens, mesmo que tenha maior nível de instrução, isso
só para citar apenas um dos tipos de violência. E embora a coragem seja
intrínseca à mulher, muitas ainda não tiveram esse despertar, pelas mesmas
razões de séculos passados, como citado anteriormente, ou, simplesmente, pela
lentidão em que ocorre a mudança nas políticas públicas a nosso favor.
Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas
situações?
Samara Macêdo Diniz - A Educação como meio de transformação deve estar
aberta para debater questões como essa e introduzi-las no currículo escolar. Ao
contrário do que se pensa, não é algo que demanda grandes mudanças, como criar
uma disciplina específica para isso. Abrir o espaço da sala de aula,
configurando-o em um local propício para que o debate aconteça é algo que pode
fazer toda a diferença, pois perpassa o ideal de significação do conhecimento que
há muito a Escola vem buscando, é praticar a educação para a vida.
Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher.
Samara Macêdo Diniz - Se pudesse resumir essa mensagem a uma só palavra,
seria essa que exaltei até aqui: CORAGEM. Coragem para lutar contra o
preconceito, coragem para viver a nossa verdade, coragem para criar os nossos
filhos, coragem para querer ser mais, coragem para estudar, e nesse aspecto,
como educadora, cito as mulheres que abandonam os estudos por proibição de seus
companheiros, aquelas que não conseguem prosseguir seus estudos por não
conseguirem apoio para conciliar a escola e a criação dos filhos, e por outros
tantos outros motivos que não caberiam em uma só resposta.
Por fim, parafraseando o
célebre Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, “o que a vida quer da gente
é coragem”.
Linda mensagem de força e coragem! Parabéns!!!
ResponderExcluirSandra Portugal
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