17/03/2015

Mulheres que inspiram – Maria de Fátima Silva

A décima quinta homenageada da Série Mulheres que inspiram é Maria de Fátima Silva.
Maria de Fátima Silva
Graduanda em Serviço Social pela Faculdade Internacional da Paraíba – FPB;
Participa do Observatório de Violências, no Estado da Paraíba.

ENTREVISTA
Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres?
Maria de Fátima Silva - A lei Maria da Penha, pois mesmo as mulheres tendo conquistado o direito ao voto ainda é ínfima a participação delas na política, no mercado de trabalho onde continuamos ganhando menos, desempenhando a mesma função que os homens.

Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher?
Maria de Fátima Silva - Está terminando a Faculdade, neste momento para mim isso é uma grande conquista, poder está realizando o meu sonho de ser Assistente Social.

Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico.
Maria de Fátima Silva - O preconceito, machismo, fico feliz com a aprovação da lei que torna crimes contra as mulheres feminicídio, a lei veio pra tentar iguala os direitos entre as mulheres e os homens. As mulheres lutaram e lutam até hoje pela igualdade de gênero, pela efetivação de seus direitos, lutam para que o machismo não as impeçam de estar no âmbito da política, no mercado de trabalho e receber pelo seu desempenho e não por ser mulher. É claro que boa parte das mulheres também são machistas. E isso atrapalha as lutas por dias melhores. Creio que em relação as políticas públicas voltadas para as mulheres têm é que ser efetivadas e não criar mais, efetivando as que já existe seria a solução e não o acúmulo de políticas, o que falta é uma boa gestão.

Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações?
Maria de Fátima Silva - A educação é de extrema relevância pra romper com o machismo, a ignorância tanto no gênero masculino e feminino escraviza e mata todos os dias milhares de mulheres no mundo todo. Parece uma utopia querer romper com um problema estrutural. O Brasil desde a sua gênesis é machista, mas eu acredito que uma educação de qualidade é possível amenizar tantas desigualdades. Meninos tem que aprender que não são melhores que as meninas, a escola tem que fazer a sua parte, mas ainda é das famílias o dever de educarem seus filhos. Quem disse que menino não pode brincar de boneca, vestir roupa rosa? Quem disse que menina não pode brincar de carrinhos e usar azul? Brinquedos e cor de roupa não define sexualidade de ninguém e isso tem que ser ensinado em casa, na família. A família ainda é umas das instituições mais importante. O dever da escola é enfatizar o aprendizado que vem de casa. Mas, pra que isso aconteça, as famílias precisam ser orientadas, precisam ser prevenidas em relação a igualdade de gênero. E, somente por meio da educação isso será possível! Somente a educação é capaz de orientar e prevenir sobre o dever da equidade.

Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher.
Maria de Fátima Silva - Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades. Boaventura de Souza Santos.

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