A décima quinta homenageada da Série Mulheres
que inspiram é Maria de Fátima Silva.
Maria de Fátima Silva
Graduanda em
Serviço Social pela Faculdade Internacional da Paraíba – FPB;
Participa do
Observatório de Violências, no Estado da Paraíba.
ENTREVISTA
Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais
conquistas alcançadas pelas mulheres?
Maria de Fátima Silva - A lei Maria da Penha, pois mesmo as
mulheres tendo conquistado o direito ao voto ainda é ínfima a participação delas
na política, no mercado de trabalho onde continuamos ganhando menos,
desempenhando a mesma função que os homens.
Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher?
Maria de Fátima Silva - Está terminando a Faculdade, neste
momento para mim isso é uma grande conquista, poder está realizando o meu sonho
de ser Assistente Social.
Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas
mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no
contexto socioeconômico.
Maria de Fátima Silva - O preconceito, machismo, fico feliz
com a aprovação da lei que torna crimes contra as mulheres feminicídio, a lei
veio pra tentar iguala os direitos entre as mulheres e os homens. As mulheres
lutaram e lutam até hoje pela igualdade de gênero, pela efetivação de seus
direitos, lutam para que o machismo não as impeçam de estar no âmbito da política,
no mercado de trabalho e receber pelo seu desempenho e não por ser mulher. É
claro que boa parte das mulheres também são machistas. E isso atrapalha as
lutas por dias melhores. Creio que em relação as políticas públicas voltadas
para as mulheres têm é que ser efetivadas e não criar mais, efetivando as que
já existe seria a solução e não o acúmulo de políticas, o que falta é uma boa
gestão.
Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas
situações?
Maria de Fátima Silva - A educação é de extrema relevância
pra romper com o machismo, a ignorância tanto no gênero masculino e feminino
escraviza e mata todos os dias milhares de mulheres no mundo todo. Parece uma
utopia querer romper com um problema estrutural. O Brasil desde a sua gênesis é
machista, mas eu acredito que uma educação de qualidade é possível amenizar
tantas desigualdades. Meninos tem que aprender que não são melhores que as
meninas, a escola tem que fazer a sua parte, mas ainda é das famílias o dever
de educarem seus filhos. Quem disse que menino não pode brincar de boneca, vestir
roupa rosa? Quem disse que menina não pode brincar de carrinhos e usar azul?
Brinquedos e cor de roupa não define sexualidade de ninguém e isso tem que ser
ensinado em casa, na família. A família ainda é umas das instituições mais
importante. O dever da escola é enfatizar o aprendizado que vem de casa. Mas,
pra que isso aconteça, as famílias precisam ser orientadas, precisam ser
prevenidas em relação a igualdade de gênero. E, somente por meio da educação
isso será possível! Somente a educação é capaz de orientar e prevenir sobre o
dever da equidade.
Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher.
Maria de Fátima Silva - Temos o direito de ser iguais quando
a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a
nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que
reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou
reproduza as desigualdades. Boaventura de Souza Santos.
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