* Salto para o Futuro: o programa Salto para o Futuro integra a grade da TV escola
(MEC). É uma das faixas de programação do canal dirigida especialmente à
formação continuada de professores do ensino fundamental e médio.
Realizada em: 13/9/2001
Antonio Nóvoa
Atuação: Professor titular da
Universidade de Lisboa.
Obras: Vida de professores. 2. ed.
Portugal: Porto, 2000; Profissão professor. 3. ed. Portugal: Porto, 2003; Os
professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992; As organizações
escolares em análise. Lisboa: D. Quixote, 1992.
Matrizes Curriculares
Salto – Professor, o que é ser professor hoje? Ser professor atualmente
é mais complexo do que foi no passado?
Antonio
Nóvoa – É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que
foi no passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade.
Hoje, os professores têm que lidar não só com alguns saberes, como era no
passado, mas também com a tecnologia e com a complexidade social, o que
não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola, de
todos os grupos sociais, dos mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e
todas as etnias, quando toda essa gente está dentro da escola e quando se
consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio histórico da escola para todos,
ao mesmo tempo, também, a escola atinge uma enorme complexidade que não existia
no passado. Hoje em dia é, certamente, mais complexo e mais difícil ser
professor do que era há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta
complexidade acentua-se, ainda, pelo fato de a própria sociedade ter, por
vezes, dificuldade em saber para que ela quer a escola. A escola foi um fator
de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de promoção social durante
muito tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem, por vezes,
dificuldade em ter uma clareza, uma coerência sobre quais devem ser os
objetivos da escola. E essa incerteza, muitas vezes, transforma o professor num
profissional que vive numa situação amargurada, que vive numa situação difícil
e complicada pela complexidade do seu trabalho, que é maior do que no passado.
Mas isso acontece, também, por essa incerteza de fins e de objetivos que existe
hoje em dia na sociedade.
Salto – Como o senhor entende a formação continuada de professores?
Qual o papel da escola nessa formação?
Antonio
Nóvoa – Durante muito tempo, quando nós falávamos em formação de professores,
falávamos essencialmente da formação inicial do professor. Essa era a
referência principal: preparavam-se os professores que, depois, iam durante 30,
40 anos exercer essa profissão. Hoje em dia, é impensável imaginar esta
situação. Isto é, a formação de professores é algo, como eu costumo dizer,
que se estabelece num continuum. Que começa nas escolas de formação inicial,
que continua nos primeiros anos de exercício profissional. Os primeiros anos do
professor – que, a meu ver, são absolutamente decisivos para o futuro de cada
um dos professores e para a sua integração harmoniosa na profissão – continuam
ao longo de toda a vida profissional, através de práticas de formação
continuada. Estas práticas de formação continuada devem ter como polo de
referência as escolas. São as escolas e os professores organizados nas suas
escolas que podem decidir quais são os melhores meios, os melhores métodos e as
melhores formas de assegurar esta formação continuada. Com isto, eu não quero dizer
que não seja muito importante o trabalho de especialistas, o trabalho de
universitários nessa colaboração. Mas a lógica da formação continuada deve ser
centrada nas escolas e deve estar centrada numa organização dos próprios
professores.
Salto – Que competências são necessárias para a prática do professor?
Antonio
Nóvoa – Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido
feitas ao longo dos últimos anos, essa tem sido a pergunta mais frequentemente
posta e há uma imensa lista competências. Estou a me lembrar que ainda há 3 ou
4 dias estive a ver com um colega meu estrangeiro, justamente, uma lista de 10
competências para uma profissão. Podíamos listar aqui um conjunto enorme de
competências do ponto de vista da ação profissional dos professores.
Resumindo,
eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de
organização. Isto é, o professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de
conhecimento, mas também não é apenas uma pessoa que trabalha no interior de uma
sala de aula. O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens
via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais.
Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de
uma organização mais ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há
aqui, portanto, uma dimensão da organização das aprendizagens, do que eu
designo, a organização do trabalho escolar e esta organização do trabalho
escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples
trabalho do ensino, é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas
competências de organização são absolutamente essenciais para um professor.
Há um
segundo nível de competências que, a meu ver, são muito importantes também, que
são as competências relacionadas com a compreensão do conhecimento. Há uma
velha brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece
que terá sido dita, inicialmente, por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre
isso, que dizia que: "quem sabe faz, quem não sabe ensina".
Hoje em dia
esta brincadeira podia ser substituída por uma outra: "quem compreende o
conhecimento". Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir a
alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser
capaz de o reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula.
Esta compreensão do conhecimento é, absolutamente, essencial nas competências
práticas dos professores. Eu tenderia, portanto, a acentuar esses dois planos:
o plano do professor como um organizador do trabalho escolar, nas suas diversas
dimensões e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende um
determinado conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua
transposição didática, como agora se diz, no sentido da sua capacidade de
ensinar a um grupo de alunos.
Salto – O que é ser professor pesquisador e reflexivo? E, essas capacidades são inerentes à profissão do docente?
Antonio
Nóvoa – O paradigma do professor reflexivo, isto é, do professor que reflete
sobre a sua prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática é o paradigma
hoje em dia dominante na área de formação de professores. Por vezes é um
paradigma um bocadinho retórico e eu, um pouco também, em jeito de brincadeira,
mais de uma vez já disse que o que me importa mais é saber como é que os
professores refletiam antes que os universitários tivessem decidido que eles
deveriam ser professores reflexivos. Identificar essas práticas de reflexão –
que sempre existiram na profissão docente, é impossível alguém imaginar uma
profissão docente em que essas práticas reflexivas não existissem – tentar
identificá-las e construir as condições para que elas possam se desenvolver.
Eu diria que
elas não são inerentes à profissão docente, no sentido de serem naturais, mas
que elas são inerentes, no sentido em que elas são essenciais para a profissão.
E, portanto, tem que se criar um conjunto de condições, um conjunto de regras,
um conjunto de lógicas de trabalho e, em particular, e eu insisto neste ponto,
criar lógicas de trabalho coletivos dentro das escolas, a partir das quais –
através da reflexão, através da troca de experiências, através da partilha – seja
possível dar origem a uma atitude reflexiva da parte dos professores. Eu disse
e julgo que vale a pena insistir nesse ponto.
A
experiência é muito importante, mas a experiência de cada um só se transforma
em conhecimento através desta análise sistemática das práticas. Uma análise que
é análise individual, mas que é também coletiva, ou seja, feita com os
colegas, nas escolas e em situações de formação.
Salto – E o professor pesquisador?
Salto – E o professor pesquisador?
Antonio
Nóvoa – O professor pesquisador e o professor reflexivo, no fundo, correspondem
a correntes diferentes para dizer a mesma coisa. São nomes distintos, maneiras
diferentes dos teóricos da literatura pedagógica abordarem uma mesma realidade.
A realidade é que o professor pesquisador é aquele que pesquisa ou que reflete
sobre a sua prática. Portanto, aqui estamos dentro do paradigma do professor
reflexivo. É evidente que podemos encontrar dezenas de textos para explicar a
diferença entre esses conceitos, mas creio que, no fundo, no fundo, eles fazem
parte de um mesmo movimento de preocupação com um professor que é um professor
indagador, que é um professor que assume a sua própria realidade escolar como
um objeto de pesquisa, como objeto de reflexão, com objeto de análise. Mas,
insisto neste ponto, a experiência por si só não é formadora. John Dewey,
pedagogo americano e sociólogo do princípio do século, dizia: "quando se afirmar
que o professor tem 10 anos de experiência, dá para dizer que ele tem 10 anos
de experiência ou que ele tem um ano de experiência repetido 10 vezes". E,
na verdade, há muitas vezes esta ideia. Experiência, por si só, pode ser uma
mera repetição, uma mera rotina, não é ela que é formadora. Formadora é a
reflexão sobre essa experiência, ou a pesquisa sobre essa experiência.
Salto – A sociedade espera muito dos professores. Espera que eles
gerenciem o seu percurso profissional, tematizem a própria prática, além de
exercer sua prática pedagógica em sala de aula. Qual a contrapartida que o
sistema deve oferecer aos professores para que isso aconteça?
Antonio Nóvoa – Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um excesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais as escolas.
Antonio Nóvoa – Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um excesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais as escolas.
As escolas,
talvez, resumindo numa frase (...), as escolas valem o que vale a sociedade.
Não podemos imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona
bem numa sociedade onde nada funciona. Acontece que, por uma espécie de um
paradoxo, as coisas que não podemos assegurar que existam na sociedade, nós
temos tendência a projetá-las para dentro da escola e a sobrecarregar os
professores com um excesso de missões. Os pais não são autoritários, ou não
conseguem assegurar a autoridade, pois se pede ainda mais autoridade para a
escola. Os pais não conseguem assegurar a disciplina, pede-se ainda mais disciplina a
escola. Os pais não conseguem que os filhos leiam em casa, pede-se a escola que
os filhos aprendam a ler. É legítimo eles pedirem sobre a escola, a escola está
lá para cumprir uma determinada missão, mas não é legítimo que sejam uma
espécie de vasos comunicantes ao contrário. Que cada vez que a sociedade tem
menos capacidade para fazer certas coisas, mais sobem as exigências sobre a
escola.
E isto é um
paradoxo absolutamente intolerável e tem criado para os professores uma
situação insustentável do ponto de vista profissional, submetendo-os a uma
crítica pública, submetendo-os a uma violência simbólica nos jornais, na
sociedade, etc. o que é absolutamente intolerável. Eu creio que os professores
podem e devem exigir duas coisas absolutamente essenciais que são:
Uma, é calma
e tranquilidade para o exercício do seu trabalho, eles precisam estar num
ambiente, eles precisam estar rodeados de um ambiente social, precisam estar
rodeados de um ambiente comunitário que lhes permita essa calma e essa tranquilidade
para o seu trabalho. Quer dizer, não é possível trabalhar pedagogicamente no
meio do ruído, no meio do barulho, no meio da crítica, no meio da insinuação. É
absolutamente impossível esse tipo de trabalho. As pessoas têm que assegurar
essa calma e essa tranquilidade.
E, por outro
lado, é essencial ter condições de dignidade profissional. E esta dignidade
profissional passa certamente por questões materiais, por questões do salário,
passa também por boas questões de formação, e passa por questões de boas
carreiras profissionais. Quer dizer, não é possível imaginar que os professores
tenham condições para responder a este aumento absolutamente imensurável de
missões, de exigências no meio de uma crítica feroz, no meio de situações
intoleráveis, de acusação aos professores e às escolas.
Eu creio que
há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e que são aspectos
extremamente importantes, porque no passado os professores não tiveram, por
exemplo, os professores nunca tiveram situações materiais e econômicas muito
boas, mas tinham prestígio e uma dignidade social que, em grande parte
completavam algumas dessas deficiências – para além desses aspectos sociais de
que eu falei a pouco e que são essenciais para o professor no novo
milênio, neste milênio que estamos, eu creio que pensando internamente a
profissão, há dois aspectos que me parecem essenciais. O primeiro é que os
professores se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não passa
apenas, eu insisto bem, apenas pelas tradicionais práticas associativas e
sindicais – passa também por novos modelos de organização, como comunidade
profissional, como coletivo docente, dentro das escolas, por grupos
disciplinares e conseguirem deste modo exercer um papel com profissão, que é
mais ampla do que o papel que tem exercido até agora. As questões do
professorado enquanto coletivo parecem-me essenciais. Sem desvalorizar as
questões sindicais tradicionais, ou associativas, creio que é preciso ir mais
longe nesta organização coletiva do professorado.
O segundo ponto – e que tem muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo como conhecimento profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cientistas, que pertence às pessoas da história, das ciências, etc., e que os professores devem de ter. Há certamente um conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que os professores devem de ter também. Mas, além disso há um conhecimento profissional que não é nem um conhecimento científico, nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na prática, que é um conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa experiência.
O segundo ponto – e que tem muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo como conhecimento profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cientistas, que pertence às pessoas da história, das ciências, etc., e que os professores devem de ter. Há certamente um conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que os professores devem de ter também. Mas, além disso há um conhecimento profissional que não é nem um conhecimento científico, nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na prática, que é um conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa experiência.
A
valorização desse conhecimento profissional, a meu ver, é essencial para os
professores neste novo milênio. Creio, portanto, que minha resposta passaria
por estas duas questões: a organização como comunidade profissional e a
organização e sistematização de um conhecimento profissional específico dos
professores.
Salto – O senhor diz em um texto que a sua intenção é olhar para o
presente dos professores, identificando os sentidos atuais do trabalho
educativo. Em relação ao Brasil o que o senhor vê: o que já avançou na formação
dos professores brasileiros e o que ainda precisa avançar?
Antonio Nóvoa – É muito difícil para mim e nem seria muito correto estar a tecer grandes considerações sobre a realidade brasileira. Primeiro porque é uma realidade que, apesar de eu cá ter vindo algumas vezes, que eu conheço ainda mal, infelizmente, espero vir a conhecer melhor e, por outro lado, porque não seria (...) da minha parte tecer grandes considerações sobre isso.
Antonio Nóvoa – É muito difícil para mim e nem seria muito correto estar a tecer grandes considerações sobre a realidade brasileira. Primeiro porque é uma realidade que, apesar de eu cá ter vindo algumas vezes, que eu conheço ainda mal, infelizmente, espero vir a conhecer melhor e, por outro lado, porque não seria (...) da minha parte tecer grandes considerações sobre isso.
No entanto,
eu julgo poder dizer duas coisas. A primeira é que os debates que há no Brasil
sobre formação de professores e sobre a escola são os mesmos debates que se tem
um pouco por todo mundo. Quem circula, como eu círculo, dentro dos diversos
países europeus, na América do Norte e outros lugares, percebe que estas
questões, as questões que nos colocam no final das palestras, as perguntas que
nos fazem são, regra geral, as mesmas de alguns países para os outros. Não há,
portanto, uma grande especificidade dos fatos travados no Brasil em relação a
outros países do mundo e, em particular, em relação a Portugal. Creio que
houve, obviamente, avanços enormes na formação dos professores nos últimos
anos, mas houve também grandes contradições. E a contradição principal que eu
sinto é que se avançou muito do ponto de vista da análise teórica, se avançou
muito do ponto de vista da reflexão, mas se avançou relativamente pouco das
práticas da formação de professores, da criação e da consolidação de
dispositivos novos e consistentes de formação de professores. E essa decalagem
entre o discurso teórico e a prática concreta da formação de professores é
preciso ultrapassá-la e ultrapassá-la rapidamente. Devo dizer, no entanto,
também, que se os problemas são os mesmos, se as questões são as mesmas, se o
nível de reflexão é o mesmo, eu creio que a comunidade científica brasileira
está ao nível das comunidades científicas ou pedagógicas dos outros países do
mundo. Se essas realidades são as mesmas é evidente que há um nível, que eu
diria, um nível material, um nível de dificuldades materiais, de dificuldades
materiais nas escolas, de dificuldades materiais relacionadas com os salários
dos professores, de dificuldades materiais relacionadas com as condições das
instituições de formação de professores que são, provavelmente, mais graves no
Brasil do que em outros países que eu conheço.
Terão aqui, evidentemente, problemas que têm a ver com as dificuldades históricas de desenvolvimento da escola no Brasil e das escolas de formação de professores e que, portanto, é importante enfrentá-los e enfrentá-los com coragem e enfrentá-los de forma não ingênua, mas também de forma não derrotista. Creio, por isso, que devemos perceber que no Brasil, como nos outros países, as perguntas são as mesmas, as nossas empolgações são as mesmas, mas é verdade que há aqui por vezes dificuldades que eu chamaria de ordem material, maiores do que as existem em outros países e que é absolutamente essencial que com a vossa capacidade de produzir ciência, com a vossa capacidade de fazer escola e com a vossa capacidade de acreditar como educadores possam ultrapassar essas dificuldades nos próximos anos. E esses são, sinceramente, os meus desejos e na medida que meu contributo, pequeno que ele seja, possa ser dado, podem, evidentemente, contar comigo para essa tarefa.
Terão aqui, evidentemente, problemas que têm a ver com as dificuldades históricas de desenvolvimento da escola no Brasil e das escolas de formação de professores e que, portanto, é importante enfrentá-los e enfrentá-los com coragem e enfrentá-los de forma não ingênua, mas também de forma não derrotista. Creio, por isso, que devemos perceber que no Brasil, como nos outros países, as perguntas são as mesmas, as nossas empolgações são as mesmas, mas é verdade que há aqui por vezes dificuldades que eu chamaria de ordem material, maiores do que as existem em outros países e que é absolutamente essencial que com a vossa capacidade de produzir ciência, com a vossa capacidade de fazer escola e com a vossa capacidade de acreditar como educadores possam ultrapassar essas dificuldades nos próximos anos. E esses são, sinceramente, os meus desejos e na medida que meu contributo, pequeno que ele seja, possa ser dado, podem, evidentemente, contar comigo para essa tarefa.
FONTE: Salto para o Futuro
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