Olhares por Vera Lúcia

Sou Vera Lúcia de Lima Silva, conhecida carinhosamente como, Verinha.

Comecei a fotografar brincando com uma câmera descartável, da marca KODAK, que na época era possível de ser adquirida nos correios. Quando gastávamos todo o filme que era interno totalmente, tínhamos que mandá-la pra Manaus pra ser revelado e mandavam de volta pra gente, junto com as fotos. O mais curioso é que só podíamos fotografar na presença da luz solar ou as fotos ficavam pretas por total. Lembro-me que perdi quase duas, até ter controle de foco, ambiente e horário. Verdadeiro laboratório.

Como trabalho basicamente com crianças de zero a um aninho de idade, pensei em proporcionar às famílias, o registro do crescimento de seus filhos, sendo fotos individuais, com irmãos mais velhos ou mesmo com seus pais; momentos esses, que se fazem importantes a existência desses momentos que, a cada mês, é quase invisível ao olhar diário, mas profundamente notável, quando se compara uma imagem a outra.

Fotografar é de fato pra quem se apaixona; é como produzir uma tela, usando um tipo de pincel definido com o próprio olhar. Eu sempre digo que todo mundo sabe usar uma câmera fotográfica, mas poucos sabem fazer uma boa imagem. Então, fotografar é de fato, fazer uma obra de arte através do olhar que é único e exclusivo de quem ver e eterniza o momento visto numa janela.

Assim como a escrita se faz importante e necessária para a posteridade dos fatos ocorridos, a fotografia também tem seu papel importante como meio de registro. Afinal, ela é o meio perfeito de gravar e reproduzir qualquer manifestação de existência real; é a testemunha ocular do fato e da existência contida na imagem sobre o fato. Como já disse um pensador: "...ninguém desce ao rio todos os dias pra se banhar na mesma água... "; na fotografia também é assim, cada momento é único e cada imagem, incomparável a outra.