De
infância pobre, Carl Hart cresceu nos guetos norte-americanos e se
envolveu com drogas e tráfico durante a juventude.
Carl Hart "acredita
que as drogas não são responsáveis pela violência urbana: têm
apenas o papel de ‘bode expiatório’ de governos que não se
comprometem com políticas sociais para combater a desigualdade
social e garantir acessos e oportunidades a seus cidadãos mais
carentes. Para ele, ‘o crack é o menor dos problemas na
cracolândia (termo abominado por ele, aliás, por estigmatizar
determinado grupo de pessoas)’. Ao compararmos o uso de crack nos
anos 1980 e 1990 nos EUA e hoje no Brasil, vemos que na época os
norte-americanos encaravam a droga como a causa dos problemas
enfrentados pelos usuários negros. Depois de duas décadas, ficou
claro que o uso de crack era mero sintoma de problemas maiores como
dificuldades econômicas, falta de oportunidade e de educação. O
Brasil está repetindo os erros dos EUA.”
QUESTIONAMENTO
Por
que a maioria das ações de prevenção e tratamento continuam a se
pautar em uma via repressora, muitas vezes, sem qualquer evidência
científica, estigmatizando usuários e centralizando nas
substâncias, e não se voltam para a questão das determinantes
sociais que produzem vulnerabilidades psicossociais que estão na
base do uso problemático relacionado às drogas?
-
Porque as políticas públicas deveriam não apenas centralizar o
foco nas substâncias, mas nas condições em que o sujeito está
inserido. Na maioria das vezes a baixa escolaridade, fatores como
desemprego e falta de estrutura familiar os conduzem ao mundo das
drogas. Nem sempre a família colabora, seja dando apoio ao
tratamento do indivíduo ou até mesmo acompanhando sua recuperação,
em alguns casos os abandonam diante da situação. Seria necessário
compreender o contexto que leva o sujeito a se tornar um usuário de
drogas, seja esta lícita ou ilícita.
FONTE:
Curso
Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação
para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª edição,
promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do
Ministério da Justiça (SENAD-MJ) e executado pelo Núcleo
Multiprojetos de Tecnologia Educacional da Universidade Federal de
Santa Catarina (NUTE-UFSC).
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