Curitiba é a
capital do Paraná, um dos três Estados que compõem a Região Sul do Brasil. Sua
fundação oficial data de 29 de março de 1693, quando foi criada a Câmara.
No século
XVII, sua principal atividade econômica era a mineração, aliada à agricultura
de subsistência.
O ciclo seguinte, que perdurou pelos séculos XVIII e XIX, foi
o da atividade tropeira, derivada da pecuária. Tropeiros eram condutores de
gado que circulavam entre Viamão, no Rio Grande do Sul, e a Feira de Sorocaba,
em São Paulo, conduzindo gado cujo destino final eram as Minas Gerais.
O longo
caminho e as intempéries faziam com que os tropeiros fizessem invernadas, à
espera do fim dos invernos rigorosos, em fazendas como as localizadas nos
"campos de Curitiba".
Aos tropeiros se devem costumes como o fogo de
chão para assar a carne e contar "causos", a fala escandida - o
sotaque leitE quentE -, o chimarrão (erva-mate com água quente, na cuia, porque
os índios a utilizavam na forma de tererê, com água fria), o uso de ponchos de
lã, a abertura de caminhos e a formação de povoados.
No final do
século XIX, com o ciclo da erva-mate e da madeira em expansão, dois
acontecimentos foram bem marcantes: a chegada em massa de imigrantes europeus e
a construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, ligando o Litoral ao
Primeiro Planalto paranaense.
Os
imigrantes - europeus e de outros continentes -, ao longo do século XX, deram
nova conotação ao cotidiano de Curitiba. Seus modos de ser e de fazer se
incorporaram de tal maneira à cidade que hoje são bem curitibanas festas
cívicas e religiosas de diversas etnias, dança, música, culinária, expressões e
a memória dos antepassados. Esta é representada nos diversos memoriais da
imigração, em espaços públicos como parques e bosques municipais.
A
"mítica imigrante do trabalho" (observação do poeta Paulo Leminski,
falecido no século passado) aliada a gestões municipais sem quebra de
continuidade, acabou criando uma Curitiba planejada - e premiada
internacionalmente, em gestão urbana, meio ambiente e transporte coletivo.
A capital do
Estado do Paraná, formada num altiplano 934 metros acima do nível do mar,
carente de marcos de paisagem oferecidos pela natureza, acabou criando suas
principais referências pela ciência e pela mão humana.
No século
XX, no cenário da cidade planejada, a indústria se agregou com força ao perfil
econômico antes embasado nas atividades comerciais e do setor de serviços.
A
cidade enfrentou, especialmente nos anos 1970, a urbanização acelerada, em
grande parte provocada pelas migrações do campo, oriundas da substituição da
mão-de-obra agrícola pelas máquinas.
Curitiba
enfrenta agora o desafio de grande metrópole, onde a questão urbana é repensada
sob o enfoque humanista de que a cidade é primordialmente de quem nela vive.
Seu povo, um admirável cadinho que reuniu estrangeiros de todas as partes do
mundo e brasileiros de todos os recantos, ensina no dia-a-dia a arte do
encontro e da convivência.
Curitiba renasce a cada dia com a esperança e o
trabalho nas veias, como nas alvoradas de seus pioneiros.
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