10 de junho de 2014
Minhas
amigas e meus amigos,
A partir
desta quinta-feira, os olhos e os corações do mundo estarão voltados para o
Brasil, acompanhando a maior Copa da história. Pelo menos três bilhões de
pessoas vão se deixar fascinar pela arte das 32 melhores seleções de futebol do
planeta.
Para o
Brasil, sediar a Copa do Mundo é motivo de satisfação, de alegria e de orgulho.
Em nome do povo brasileiro, saúdo a todos que estão chegando para esta que
será, também, a Copa pela paz e contra o racismo; a Copa pela inclusão e contra
todas as formas de violência e preconceito; a Copa da tolerância, da
diversidade, do diálogo e do entendimento.
A Seleção
Brasileira é a única que disputou todas as Copas do Mundo realizadas até hoje.
Em todos os países, sempre fomos muito bem recebidos. Vamos retribuir, agora, a
generosidade com que sempre fomos tratados, recebendo calorosamente quem nos
visita. Tenho certeza de que, nas 12 cidades-sede, os visitantes irão conviver
com um povo alegre, generoso e hospitaleiro e se impressionar com um país cheio
de belezas naturais e que luta, dia a dia, para se tornar menos desigual.
Amigos de todo o mundo, cheguem em paz! O Brasil, como o Cristo Redentor, está
de braços abertos para acolher todos vocês.
Brasileiras
e brasileiros,
Para
qualquer país, organizar uma Copa é como disputar uma partida suada – e muitas
vezes sofrida – com direito a prorrogação e disputa nos pênaltis. Mas o
resultado e a celebração final valem o esforço. O Brasil venceu os principais
obstáculos e está preparado para a Copa, dentro e fora do campo.
Para que
esta vitória seja ainda mais completa é fundamental que todos os brasileiros
tenham uma noção correta de tudo que aconteceu. Uma visão sem falso
triunfalismo, mas também sem derrotismo ou distorções. Como se diz na linguagem
do futebol: treino é treino, jogo é jogo. No jogo, que começa agora, os
pessimistas já entram perdendo. Foram derrotados pela capacidade de trabalho e
a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca.
Os
pessimistas diziam que não teríamos Copa porque não teríamos estádios. Os
estádios estão aí, prontos. Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos os
aeroportos. Praticamente, dobramos a capacidade dos nossos aeroportos. Eles
estão prontos para atender quem vier nos visitar; prontos para dar conforto a
milhões de brasileiros. Chegaram a dizer que iria haver racionamento de
energia. Quero garantir a vocês: não haverá falta de luz na Copa, nem depois
dela. O nosso sistema elétrico é robusto, é seguro, porque trabalhamos muito
para isso. Chegaram também ao ridículo de prever uma epidemia de dengue na Copa
em pleno inverno no Brasil!
Além das grandes
obras físicas e da infraestrutura, estamos entregando um sistema de segurança
capaz de proteger a todos, capaz de garantir o direito da imensa maioria dos
brasileiros e dos nossos visitantes que querem assistir os jogos da Copa.
Estamos entregando, também, um moderno sistema de comunicação e transmissão que
reúne o que há de mais avançado em tecnologia, incluindo redes de fibra ótica e
equipamentos de última geração, em todas as 12 sedes.
Minhas
amigas e meus amigos,
A Copa
apressou obras e serviços que já estavam previstos no Programa de Aceleração do
Crescimento, o PAC. Construímos, ampliamos ou reformamos aeroportos, portos,
avenidas, viadutos, pontes, vias de trânsito rápido e avançados sistemas de
transporte público. Fizemos isso, em primeiro lugar, para os brasileiros.
Tenho
repetido que os aeroportos, os metrôs, os BRTs e os estádios, não voltarão na
mala dos turistas. Ficarão aqui, beneficiando a todos nós. Uma Copa dura apenas
um mês, os benefícios ficam para toda vida.
Os novos
aeroportos não eram necessários apenas para receber os turistas na Copa. Com o
aumento do emprego e da renda, o número de passageiros mais que triplicou nos
últimos dez anos: de 33 milhões em 2003, saltamos para 113 milhões de
passageiros no ano passado, e devemos chegar a 200 milhões em 2020. Por isso,
precisávamos modernizar nossos aeroportos para, acima de tudo, melhorar o dia a
dia dos brasileiros que, cada vez mais, viajam de avião.
Agora,
também temos estádios modernos e confortáveis, de Norte a Sul do país, à altura
do nosso futebol e dos nossos torcedores. Além de servir ao futebol, serão
estádios multiuso: vão funcionar também, como centros comerciais, de negócios e
de lazer, e palcos de shows e festas populares.
Minhas
amigas e meus amigos,
Tem gente
que alega que os recursos da Copa deveriam ter sido aplicados na saúde e na
educação. Escuto e respeito essas opiniões, mas não concordo com elas. Trata-se
de um falso dilema. Só para ficar em uma comparação: os investimentos nos
estádios, construídos em parte com financiamento dos bancos públicos federais
e, em parte, com recursos dos governos estaduais e das empresas privadas,
somaram R$ 8 bilhões.
Desde 2010,
quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o governo federal, os estados
e os municípios investiram cerca de 1 trilhão e 700 bilhões em educação e
saúde. Repito: 1 trilhão e 700 bilhões de reais. Ou seja, no mesmo período, o
valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor
investido nos estádios. Vale lembrar, ainda, que os orçamentos da saúde e da
educação estão entre os que mais cresceram no meu governo.
É preciso
olhar os dois lados da moeda. A Copa não representa apenas gastos, ela traz
também receitas para o país; é fator de desenvolvimento econômico e social;
gera negócios, injeta bilhões de reais na economia, cria empregos.
De uma coisa
não tenham dúvida: as contas da Copa estão sendo analisadas, minuciosamente,
pelos órgãos de fiscalização. Se ficar provada qualquer irregularidade, os
responsáveis serão punidos com o máximo rigor.
Minhas
amigas e meus amigos,
O Brasil que
recebe esta Copa é muito diferente daquele país que, em 1950, recebeu sua
primeira Copa. Hoje, somos a 7ª economia do planeta e líderes, no mundo, em
diversos setores da produção industrial e do agronegócio.
Nos últimos
anos, nosso país promoveu um dos mais exitosos processos de distribuição de
renda, de aumento do nível de emprego e de inclusão social. Reduzimos a
desigualdade em níveis impressionantes, levando, em uma década, 42 milhões de
pessoas à classe média e retirando 36 milhões de brasileiros da miséria.
Somos também
um país que, embora tenha passado há poucas décadas por uma ditadura, tem hoje
uma democracia jovem, dinâmica e pujante. Desfrutamos da mais absoluta
liberdade e convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos
ajudam a aperfeiçoar, cada vez mais, nossas instituições democráticas,
instituições que nos respaldam tanto para garantir a liberdade de manifestação
como para coibir excessos e radicalismos de qualquer espécie.
Meus
queridos jogadores e querida Comissão Técnica,
Debaixo da
camisa verde-amarela, vocês materializam um poderoso patrimônio do povo
brasileiro. A Seleção representa a nacionalidade. Está acima de governos, de
partidos e de interesses de qualquer grupo. Por isso, vocês merecem que um dos
legados desta Copa seja, também, a modernização da nossa estrutura do futebol e
das relações que regem nosso esporte. O Brasil precisa retribuir a vocês e a
todos os desportistas, tudo o que vocês têm feito por nosso povo e por nosso
país. O povo brasileiro ama e confia em sua Seleção. Estamos todos juntos para
o que der e vier.
Viva a Paz!
Viva a Copa! Viva o Brasil!
Obrigada e
Boa Noite.
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