Creio, que no mundo em que
vivemos onde as exigências da vida material nos obriga a fixarmos nossas
atenções e energias na construção de um mundo cada vez mais individualista e
materialista, nos sobra muito pouco tempo para refletirmos sobre o caminho que
estamos realizando de fato. Faz-se necessário, portanto, dedicarmos algum
tempo, ou seja, energia e atenção concentrada para outros caminhos possíveis no
sentido de provocarmos uma mudança radical e
profunda em nossas convicções e produções de valores humanos. Recentemente o
teólogo Leonardo Boff lançou um livro A ÁGUIA E A GALINHA onde procura mostrar
a vida limitada e condicionada que a maioria de nós acredita e segue sem
perceber as possibilidades de um poder latente e transcendente no seu interior.
Segundo esse autor, podemos viver ciscando para trás limitados e presos ao chão
da sobrevivência-razão (o modo de ser GALINHA – segundo Boff) ou se libertar
desse chão voando na imensidão da existência em direção ao sol da vida-amor
pleno e infinito (o modo de ser ÁGUIA - idem). A decisão de escolha é de cada
um. Ninguém muda e conquista nada se sua maneira de ver o mundo e a si mesmo
também não sofrer uma transformação ontológica radical POSITIVA. Mas, para que
isso ocorra de fato, o primeiro passo terá que ser dado saindo da inércia e do
comodismo psíquico de acreditar que não existe mais nada a se descobrir ou
revelar em si mesmo. Faz-se necessário, romper com a gravidade e o
condicionamento energético racional-instintivo que nos força a vivermos como
GALINHAS ciscando e pulando de um lado para o outro na luta pela sobrevivência
de conquistas efêmeras. A transformação de identidade (de GALINHA para ÁGUIA)
não acontece por acaso, mas porque decidimos com vontade realizar a façanha
mais espetacular de todos os tempos que é a transcendência, ou seja, a
superação de si mesmo. Ao animal foi dada a condição de viver preso ao seu
instinto, mas ao homem foi dado a oportunidade de usar o seu poder interior
para transcender tanto a sua instintividade quanto a sua racionalidade. Esse
poder é também um saber holístico. E sem saber o homem vive a condição que é a
inferior, até que movido pelo impulso da força interior do Espírito ele se
supere para saber-viver uma nova vida de realização cósmica superior. Em outras
palavras, não existe conquista sem o mérito da persistência na disciplina
interior de saber-fazer (ou saber-agir de forma ascética – práxis) que os
hindus denominam de SADHANA.
Prof. Bernardo Melgaço da Silva
Excelente reflexão Lucelia. Já estou seguindo o seu blog. Dei uma passadinha e gostei muito. Na oportunidade, gostaria de lhe convidar a conhecer meu blog, o Informações em Foco. Deixo aqui o endereço: http://www.informacoesemfoco.com/
ResponderExcluirForte Abraço.