A paixão de Cristo
é a narrativa do calvário de Jesus desde o momento em que ele é preso no
Monte das Oliveiras, após a realização da última ceia com os apóstolos,
até a sua morte na cruz. Na mesma noite em que é preso sob ordem de Caifás, o
sumo sacerdote e maior autoridade do povo judeu, ele é julgado de forma sumária
pelo Sinédrio, conselho dos anciões e suprema corte judaica. Acusado de
blasfemo por se apresentar como o Rei de Israel, Jesus é condenado à morte.
Como a região da Judéia estava sob domínio do Império Romano, caberia a Pôncio
Pilatos, autoridade máxima romana na região, aplicar a punição. Pilatos, em
função da proximidade da Páscoa,
ofereceu a possibilidade de suspensão da condenação de Jesus, mas a multidão
que estava no local incitada pelos sacerdotes preferiu que a liberdade fosse
dada a Barrabás, um ladrão e assassino também condenado à morte.
A partir da sentença proferida de forma definitiva por Pilatos,
Jesus teria passado pelos flagelos que os romanos impunham aos condenados.
Entre eles, ser açoitado pelo flagellum taxillatum, espécie de chicote com três
ramais que terminavam em bolas de metal com relevos e unidas por arame, e
carregar até o local da crucificação a trave horizontal da cruz. A paixão de
Cristo é principalmente essa passagem das últimas horas da vida de Jesus, da
última ceia até a sua morte na cruz, quando seu sofrimento teria sido uma prova
de sua doação total e incondicional para redimir os pecados da humanidade,
segundo os preceitos da Igreja Católica.
Mas os eventos da Semana Santa rememoram outros acontecimentos
importantes em torno da paixão de Cristo. Eles começam no domingo de Ramos que
relembra a chegada de Jesus a Jerusalém, na semana da Páscoa judaica. Para
receber Jesus, que vinha da Galiléia, o povo teria cortado ramos de árvores e
folhas de palmeiras para forrar o chão onde ele teria passado montado num
jumento. Também segurando folhas de palmeiras, parte da população de Jerusalém
o teria saudado como rei dos judeus, filho do rei Davi e messias. Tal recepção
teria feito com que sacerdotes e autoridades locais vissem em Jesus uma ameaça
ao seu poder. Nesse mesmo domingo, ao chegar ao Templo Sagrado,
Jesus teria se indignado com a presença de mercadores no local. A semana da
Páscoa judaica levava milhares de pessoas a Jerusalém e ao Templo, onde faziam
suas oferendas e rituais junto aos altares sagrados. Era uma oportunidade de
ouro para os mercadores fazerem seus negócios. Mas Jesus os teria considerado
profanadores e procurou afastá-los dali. A Semana Santa, que começa com o
domingo de Ramos e tem na Sexta-Feira Santa a celebração da paixão de Cristo,
encerra-se com o domingo de Páscoa, que relembra o que teria sido a ressurreição
de Jesus Cristo.
Acesso
em 03 de Abril de 2012.
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