Lucélia Muniz
Ubuntu Notícias,
28 de janeiro de 2019
Discurso proferido no sábado, dia 26 de janeiro de
2019, na ocasião de sua posse na Academia de Letras do Brasil/Seccional
Araripe-CE onde ocupa a Cadeira nº 35 e tem como Patrona – a Professora e
Artesã, Maria Constância da França Muniz.
Primeiro eu quero
saudar a todos e agradecer pela presença! Saibam que vocês são muito especiais
para mim e agradeço por se juntarem comigo neste dia para celebrar um dos
momentos mais importantes da minha vida!
Agradeço ao
Presidente da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE, o Senhor
Francisco Adriano de Sousa, pela oportunidade de compor esta academia onde
tenho a oportunidade de um aprendizado ímpar. Desde que entrei nesta academia
fui tomada de muita emoção e poder dissertar sobre a Patrona Maria Constância
da França Muniz, minha mãe, foi uma forma de honrar sua memória e manter viva
junto àqueles que em vida a conheceram, uma história pautada a dedicação à
educação, a família, aos amigos, a comunidade onde residia, a uma fé
inabalável, ao trabalho artesanal.
Aprendi a semear,
mas sem me preocupar com a colheita. Aprendi a agradecer a Deus pelas minhas
conquistas! Agradeço a minha família por se fazer presente, pelo apoio
incondicional. Aos amigos também dedico esta conquista porque vocês são parte
deste processo. Voltando a colheita, quero dizer que Deus está me dando a
oportunidade de colher alguns frutos em vida e isso só fortalece a minha
vontade de continuar e dá sempre o melhor de mim.
Ora! Cada geração
usufrui do contexto em que nasce, não esquecendo que muitos são excluídos
socialmente! Se nasci numa comunidade rural sem eletricidade, tive o prazer de
sentar à noite com meus pais e apreciar um céu estrelado. Acabei ganhando o brilho
das estrelas!
A noite era permeada
também pelas histórias. Tinha um morador lá em casa chamado de Seu Zé Silva.
Ele gostava de contar uma história longa intitulada, “A Princesa do Reino da
Pedra Fina”. Essa história foi sendo contada ao longo de várias noites e eu e
minha irmã mais nova, Geneana, esperávamos ansiosa pela sequência dela. Seu Zé
Silva era analfabeto, então com o passar dos anos pensei que era uma criação da
sua imaginação. Já na faculdade, parada próximo a uma banca que vendia livros,
vi um livro que me chamou a atenção. Era sobre a Princesa do Reino da Pedra
Fina. Aprendi que mesmo àqueles que não tiveram a oportunidade de ocupar um
banco escolar, ouviam histórias, as memorizavam e tornavam a noite de muitas
crianças algo encantador.
Sobre a importância
da leitura, aprendi que abrem portas para o mundo, nos transformam e nos
possibilitam também transformar realidades e pessoas. Sempre achei estranho o
fato de algumas bibliotecas manterem armários fechados recheados de livros.
Para mim esta é uma forma cruel de esconder tesouros e por muitas vezes pedi
para que os abrissem e foi fantástico.
Diante de todas as
oportunidades que tive e tenho, firmo aqui o compromisso de me comprometer
principalmente com a cultura local e regional, colocando a Cadeira nº 35 a
disposição de todos aqueles que tornam o mundo um lugar melhor para se viver,
daqueles que só precisam de uma oportunidade para crescer. Gratidão!
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