Lucélia Muniz
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Notícias, 28 de junho de 2018
Nesse
28 de junho, tido como o Dia Internacional do Orgulho LGBT+, aqui no Brasil não
temos tanto o que comemorar, principalmente quando observamos que o nosso país
figura nos índices como o lugar do mundo no qual mais se mata pessoas da
comunidade LGBT+. A Anistia Internacional aponta, com base nos relatórios
elaborados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que no ano de 2017 foram mapeamos 445
homicídios de LGBTs no Brasil, o que significa que a cada 19 horas uma pessoa
LGBT+ foi morta. Só no estado do Ceará foram pelo menos 2 assassinatos de LGBTs
por mês no ano de 2017, de acordo com Centro de Referência LGBT Janaína Dutra.
Estes
indicadores, que na realidade nua e crua constatam as vidas das pessoas LGBTs
como descartáveis, nos leva a pensar qual a função do Estado diante de tudo
isso. Nesse processo percebemos que uma instituição que deveria funcionar como
órgão de enfrentamento à discriminação e práticas LGBTfóbicas na realidade
opera a partir da omissão e consequentemente contribui à reprodução da
LGBTfobia nas suas mais diversas formas.
Nesse
sentido, pensar a construção de políticas públicas específicas para a
comunidade LGBT+ se torna uma demanda de caráter urgente. Assim, nossa
pré-candidatura a deputado estadual no Ceará pelo PSOL se propõe como
instrumento e porta-voz da luta LGBT+ pelo reconhecimento da cidadania, que
passa necessariamente pela efetivação de direitos básicos como saúde, educação,
segurança, moradia e cultura.
Logo,
tendo em vista a construção de um programa que carregue as demandas da
comunidade LGBT+, propomos como ponto de partida o debate acerca das seguintes
reivindicações e convidamos aquelas e aqueles que têm disposição em ajudar na
construção coletiva desse programa:
•
Inclusão do debate sobre gênero e sexualidade na Base Nacional Comum Curricular
para o ensino básico e nos planos estaduais e municipais de educação;
•
Modificação do Código Penal, incluindo a tipificação do motivo de LGBTfobia
como qualificador de homicídio;
•
Construção de Centros de Referência em Saúde da Diversidade e fomento à
formação continuada em relação à situação de vida das LGBT+ e às demandas do
nosso movimento para profissionais da saúde;
•
Programa de incentivo e abertura de editais visando a produção de projetos
culturais voltados à comunidade LGBT+;
•
Programa de incentivo à profissionalização de LGBTs vulneráveis não somente em
áreas que hoje são tipicamente ocupadas por LGBTs;
•
Criação de espaços para acolhimento de LGBTs vulneráveis.
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