Ubuntu Notícias,
20 de março de 2018
*Lucimar Alves de Macedo é natural de
Nova Olinda-CE onde reside.
* Professora com Licenciatura
Plena em História.
Entrevista
Ubuntu Notícias - Dentro do
contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas
mulheres?
Lucimar Macedo - O século XX marca o início de uma
abertura lenta e gradativa da atuação feminina no âmbito nacional e global.
Diante desse contexto, as mudanças foram evidenciadas, mesmo que timidamente,
nos aspectos econômicos, culturais, políticos (efetivos somente em 1946) e até
sociais. Mas, os primeiros anos do século XXI, marcam a história feminina com
uma dimensão muito mais ampla. Hoje, nos é assegurado o direito de atuar em
todas as esferas da sociedade, no entanto, a nossa maior conquista, em minha
opinião, consiste na consciência do direito que nos é firmado em cada atitude,
na grandeza da autoestima, na ousadia, no empoderamento, na autodeterminação
mostrada diariamente, enfim, na elevação da alma feminina.
Ubuntu Notícias - E você, qual
sua principal conquista enquanto mulher?
Lucimar Macedo - A natureza me proporcionou a maior
grandeza feminina, que é o direito de ser mãe.
Ubuntu Notícias - Em pleno século
XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de
gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico.
Lucimar Macedo - Apesar de reconhecer as mudanças
existentes ao longo da história, mas ainda falta muito. A ausência de políticas
públicas eficazes no combate a violência contra a mulher, por exemplo, ainda
gera números exorbitantes de vidas destruídas, projetos que ficaram no meio do
caminho.
Há, ainda, a cultura da “promiscuidade feminina”. Letras
de músicas que inferiorizam e banalizam a figura da mulher, como exemplo: “Mexeu com o r7 vai voltar com a xota ardeno”, “O
lugar dessas cadelas era mesmo num puteiro (…)”, “Mulher foi feita para o
tanque, Homem para o botequim", "Feia de cara, mas é boa de bunda”, dentre outras muitas. Me revolta
reconhecer que essas melodias são curtidas e coreografadas pelas próprias
mulheres. Isso gera antagonismo entre o discurso das que lutam, e
as ações das que se deixam banalizar. Ainda existe uma grande lacuna no grau de
consciência, quer de papeis ou de direitos, no próprio mundo feminino,
originando um desalinhamento que compromete o estabelecimento e a consolidação
dessas mudanças.
Ubuntu Notícias - E como a
Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações?
Lucimar Macedo - Entendo a educação como o único
caminho para se chegar ao pleno exercício da cidadania. Esse viés é o mecanismo
capaz de transformar “pessoas comuns” em “seres humanos”, dotados não somente
do racionalismo, como também de sentimentos e emoções. Quando a humanidade
assim se perceber, esta será capaz de superar impasses como a violência, a
discriminação e o preconceito.
Ubuntu Notícias - Deixe-nos uma
mensagem neste Dia Internacional da Mulher.
Lucimar Macedo - A história da mulher está pautada
em luta. Tudo o que nós temos e que somos hoje, é resultado da luta de uma
geração anterior. Então, não nos cabe o direito de cruzar os braços diante dos
tantos desafios que nos estão postos. A nós, mulheres atuais, cabe a certeza de
seguir na conquista de dias melhores, abraçando a causa feminina como lema. Não
só em honra às lutas anteriores, mas acima de tudo, pelas gerações que ainda
estão por vir.
Lucimar sempre sábia!
ResponderExcluir"A nós, mulheres atuais, cabe a certeza de seguir na conquista de dias melhores".
Avante!